A expectativa de vida das brasileiras beira os 80 anos de idade. Sob esse ponto de vista, uma mulher que tivesse um bebê aos 60 anos poderia acompanhar seu crescimento até praticamente atingir a maioridade. Mas será que, além de possível, é aconselhável engravidar em idade mais avançada? Muitos especialistas em reprodução humana põem em xeque essa questão.
De acordo com Assumpto Iaconelli, especialista em reprodução humana, na falta de leis abrangentes, que regulamentem todos os aspectos envolvidos no processo de fertilização assistida, cabe a cada clínica estipular com bom senso, por exemplo, a idade máxima para uma paciente receber os óvulos.
“Na minha opinião, a partir dos 50 anos não se deve mais considerar engravidar por técnicas de reprodução assistida. Não apenas porque essa paciente estará entrando na terceira idade quando o filho ou filha estiver ingressando na adolescência, mas por questões de saúde também. Quanto maior a idade da gestante, proporcionalmente maiores são os riscos para ela e o bebê. É preciso levar em conta que a reprodução humana assistida tem um caráter benéfico, de viabilizar a formação da família evitando qualquer malefício aos envolvidos”, diz o médico.
Enquanto a Bioética e o Direito avançam no sentido de regulamentar as novas situações apresentadas pela Medicina Reprodutiva, a Ciência continua evoluindo. Pesquisadores britânicos e norte-americanos estão trabalhando em conjunto para serem os primeiros do mundo a produzir óvulos maduros a partir de células-tronco isoladas de tecido ovariano humano. O objetivo final é gerar um suprimento ilimitado de óvulos humanos, capazes de revolucionar a fertilização in vitro e fazer com que o período fértil feminino seja tão extenso quanto o masculino.
Outra possibilidade acalentada pelos cientistas é rejuvenescer os ovários de mulheres mais velhas. Nos últimos 50 anos, pesquisadores e médicos acreditavam existir um número limitado de óvulos, que não podiam ser renovados, revigorados ou reimplantados. Mas, de acordo com estudo desenvolvido por Jonathan Tilly, professor e pesquisador da Harvard University, as células-tronco existentes no ovário humano podem ser estimuladas em laboratório, resultando em células de óvulos imaturos. Num futuro próximo, isso revolucionará a medicina reprodutiva.
Para Assumpto Iaconelli, enquanto as novas descobertas são acompanhadas com admiração e otimismo, por outro lado há que se refletir sobre os limites do bom senso que devem se impor às inúmeras possibilidades da ciência. “No Brasil, somos regidos pela Resolução 1.957/2010, que considera a infertilidade como um problema de saúde em sentido amplo, mas proíbe a fecundação de ovócitos humanos com objetivo de investigação científica, por exemplo. Certamente, as evoluções da ciência deverão ser acompanhadas de perto pela Bioética e pelo Direito, provando para a sociedade não haver qualquer tipo de risco à mãe e ao bebê, além de conciliar questões que resvalam no bom senso, na ética, na religiosidade e na justiça”.
Fonte Corposaun
Outra possibilidade acalentada pelos cientistas é rejuvenescer os ovários de mulheres mais velhas. Nos últimos 50 anos, pesquisadores e médicos acreditavam existir um número limitado de óvulos, que não podiam ser renovados, revigorados ou reimplantados. Mas, de acordo com estudo desenvolvido por Jonathan Tilly, professor e pesquisador da Harvard University, as células-tronco existentes no ovário humano podem ser estimuladas em laboratório, resultando em células de óvulos imaturos. Num futuro próximo, isso revolucionará a medicina reprodutiva.
Para Assumpto Iaconelli, enquanto as novas descobertas são acompanhadas com admiração e otimismo, por outro lado há que se refletir sobre os limites do bom senso que devem se impor às inúmeras possibilidades da ciência. “No Brasil, somos regidos pela Resolução 1.957/2010, que considera a infertilidade como um problema de saúde em sentido amplo, mas proíbe a fecundação de ovócitos humanos com objetivo de investigação científica, por exemplo. Certamente, as evoluções da ciência deverão ser acompanhadas de perto pela Bioética e pelo Direito, provando para a sociedade não haver qualquer tipo de risco à mãe e ao bebê, além de conciliar questões que resvalam no bom senso, na ética, na religiosidade e na justiça”.
Fonte Corposaun
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