Ao contrário da crença popular, a ingestão diária de suplementos vitamínicos não reduz o risco de doenças cardiovasculares em homens de meia idade, segundo estudo publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.
A pesquisa foi publicada na versão avançada do Journal of the American Medical Association de 7 de novembro e considerou uma mostra de 14.641 pessoas, que tinham uma média de idade de 64 anos no começo do estudo em 1998, que se seguiu durante 11 anos.
A metade dos participantes, escolhida ao acaso, tomou multivitamínicos (A,B,C,D e E) e a outra metade, placebo, explicaram os autores, para quem este é o estudo mais extenso realizado até agora sobre a eficácia dos suplementos vitamínicos para prevenir as enfermidades crônicas.
No período de duração do estudo, 2.757 pessoas (ou 18,8%) morreram em decorrência de doenças cardiovasculares, como um ataque do coração ou um derrame cerebral. Entre elas, 1.345 tinham tomado vitaminas e 1.412 haviam usado o placebo.
Os pesquisadores da Universidade de Harvard concluíram que a ingestão de multivitamínicos não significou nenhuma diferença na hora de evitar enfermidades ou derrames cerebrais.
O baixo número de mortes entre os que tomavam vitaminas não foi estatisticamente significativo.
Em um editorial que acompanha o estudo, Eva Lonn, da McMaster University e Hospital Geral Hamilton em Ontário (Canadá) escreveu que "dados sólidos de diferentes estudos confirmam que (as doenças cardiovasculares) não podem ser evitadas ou tratadas com vitaminas".
"No entanto, muitas pessoas com fatores de risco de doenças do coração ou que haviam sofrido episódios cardiovasculares anteriores levavam vidas sedentárias, ingeriam comida processada ou fast food, continuavam fumando e deixaram de utilizar os remédios prescritos, mas utilizaram regularmente vitaminas ou outros suplementos dietéticos, com a esperança de que isso prevenisse futuros infartos do miocárdio", escreveu.
"O descuido com a prevenção efetiva de doenças cardiovasculares é o maior prejuízo de utilizar vitaminas e outros suplementos não testados", acrescentou Lonn.
Fonte R7
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