Rio de Janeiro – O Setor de Emergência do Hospital Federal de Bonsucesso
(HFB), na zona norte da capital fluminense, não será mais fechado como havia
determinado o corpo clínico da unidade na semana passada. On (5), data marcada
para o fechamento, representantes do Ministério da Saúde (MS), do Conselho
Regional de Medicina (Cremerj) e do Sindicato dos Médicos (SinMed) se reuniram e
ficou decidido que o MS solicitará ao Ministério do Planejamento a contratação
temporária de profissionais de saúde para melhorar o atendimento à
população.
A Emergência do HFB atende
precariamente há um ano oito meses em contêineres instalados em uma área próxima
ao estacionamento do hospital, desde que o prédio onde funcionava o setor foi
interditado para obras no começo do ano passado. As obras, no entanto, foram
interrompidas por causa de irregularidades. A Polícia Federal abriu inquérito
para verificar o uso ilegal de verba pública, fraude em licitação e
peculato.
De acordo com a presidenta do
Cremerj, Márcia Rosa de Araujo, a contratação de profissionais de saúde se dará
em um prazo de 30 dias. "A maior deficiência no hospital é a de médicos
anestesiologistas, da área de transplantes, e nos setores de emergência e
pediatria. A emergência tem capacidade para atendimento para 25 pacientes, a
partir daí compromete o acompanhamento médico", disse.
Ela também informou que as obras de
reforma serão retomadas em um prazo de 90 dias, que é o tempo para que seja
feita uma nova licitação. De acordo com o Departamento de Gestão Hospitalar do
Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (DGH), a partir de fevereiro de 2013. as
obras serão retomadas por meio de licitação para a execução de um novo projeto
de reforma.
Na reunião, ficou decidido ainda que, em 30 dias, os contêineres onde
atualmente funciona a Emergência passarão por uma desinfecção. O serviço
principal será no exaustor dos contêineres para que haja uma maior circulação de
ar para afastar o risco de uma contaminação dos pacientes internados.
No dia 22 de setembro, a diretoria
do Cremerj se reuniu com representantes das secretarias estadual e municipal de
Saúde e do escritório regional do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Segundo
o ministério, para evitar a sobrecarga da emergência, foi iniciada a
transferência dos pacientes estáveis para os leitos vagos no próprio HFB e em
outras unidades federais no estado. Eles estão sendo transferidos por meio do
Sistema Único de Saúde (SUS).
O representante da Associação de
Moradores do Conjunto Esperança, no Complexo da Maré, nas proximidades do HFB,
Waldir Francisco da Costa, declarou que o hospital é o único disponível na
região para atendimento dos moradores dos complexos de favelas de Manguinhos e
da Maré. “Repentinamente, todo mundo está querendo fechar a Emergência. Para
eles é fácil, pois têm plano de saúde. E a comunidade? Tem o plano do SUS. Não
somos contra oferecer um local de trabalho adequado para o profissional, com
salários dignos. Mas fechar uma coisa que estava funcionando, ainda que
precariamente, não concordamos de modo algum”, disse.
Fonte Agência Brasil
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