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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Acupuntura dobra taxas de fertilização em mulheres

Médicos trabalham técnica tradicional chinesa de maneira isolada ou como auxiliar ao tratamento de reprodução assistida
 
Mais do que uma herança da tradição chinesa, a acupuntura tem conseguido avanços que a medicina ocidental não consegue sozinha. É o caso do tratamento para fertilidade.
 
O método, que é utilizado de forma isolada ou juntamente com técnicas de reprodução assistida, pode ser um grande aliado para quem sofre de infertilidade. Além de ser menos invasiva e ter menos efeitos colaterais, a acupuntura aumenta as chances de pacientes que tentam engravidar de 23% a 26% para cerca de 50%.
 
Segundo o clínico geral e acupunturiatra (médico especializado em acupuntura) Dr. Fernando Genschow, que esteve no II Congresso Internacional de Acupuntura e XVII Congresso Brasileiro de Acupuntura, em São Paulo, a busca para ajudar quem tem dificuldade para ter filhos tem aumentado, uma vez que as próprias clínicas de fertilização in vitro indicam a técnica milenar chinesa:
 
— Nesses casos, usamos a acupuntura de duas formas: uma é para estimular a ovulação quando existem alterações atribuídas a desordens emocionais. Isso acontece quando os médicos não encontram causas biológicas que impedem a gravidez e chegam à conclusão de que pode haver ansiedade ou desordem hormonal. Assim, a técnica ajuda na reestruturação do eixo neuro-hormonal. O outro caso é quando a acupuntura auxilia técnicas de reprodução assistida, seguindo um protocolo de sessões mais específico.
 
Presidente do CMBA (Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura), o acupunturiatra Dr. Hildebrando Sabato, explica que o mecanismo de ação da acupuntura na mulher que deseja engravidar funciona na regulação de neurotransmissores, a fim de preparar o organismo para a gravidez e diminuir o nível de estresse da mulher.
 
— Primeiro, estimula-se a secreção das gonadotrofinas (hormônios mensageiros que regulam o funcionamento dos ovários), que influencia o ciclo menstrual. Depois, trabalha-se para um aumento do fluxo sanguíneo para o útero, assim como para a inibição das contrações uterinas. Por último, foca-se na produção endógena de opióides (como a endorfina), que diminuem a resposta fisiológica ao estresse.
 
Assim, afirma o especialista, há melhora considerável na chamada receptividade no útero, diminuindo as chances de rejeição do embrião.
 
Em palestra no congresso, o médico taiwanês Dr. Yu Sheng Tze, membro da Sociedade Argentina de Acupuntura, ressaltou ainda que a acupuntura ajuda mulheres que tentam engravidar ao estimular o fluxo sanguíneo para engrossar o endométrio (membrana que reveste a parede interna do útero), com o objetivo de tonificá-lo para a implantação do embrião. Segundo ele, a técnica chinesa é recomendada para mulheres que sofrem de: endometriose, dor uterina, irregularidade menstrual, obstrução das trompas, fluxo menstrual intenso ou mesmo aquelas que se queixam de diminuição da libido.
 
Efeitos colaterais
Diferentemente de recursos da medicina ocidental, a acupuntura não causa efeitos colaterais indesejáveis, explica o Dr. Genschow:
 
— O estímulo da acupuntura é neurológico e não é ruim, pois usamos as vias naturais do organismo.

O especialista conta ainda que a técnica pode ser promissora não apenas para mulheres, mas também para homens:
 
— Há homens cujos espermatozoides aparecem em número reduzido no espermograma, com perda de movimento ou mesmo com algum tipo de deformidade. A urologia não tem propostas medicamentosas para isso, mas a acupuntura conseguiu resultados surpreendentes e apresentou melhoras tanto na quantidade dos espermatozoides, quanto na mobilidade e no formato.
 
Acupunturiatra e especialista em fertilização, o Dr. Silvio Siqueira Harres, explica que é necessário um total de oito sessões de acupuntura para mulheres que querem ser mãe: quatro sessões semanais antes da inserção do embrião no útero, uma sessão feita imediatamente antes e uma logo após o procedimento, outra realizada quatro dias depois e mais uma no oitavo dia após o “ovo” ter sido implantado. Recomenda-se ainda mais 12 sessões semanais para o período crítico da gravidez, quando as chances de abortar são maiores.
 
— Comparando com as taxas internacionais de tratamento de fertilização in vitro sem acupuntura, que vão de 23% a 26%, conseguimos dobrar e chegar a 50%. Das primeiras 50 pacientes que não conseguiam engravidar de jeito nenhum, 12 até desistiram de fazer a fertilização in vitro, pois engravidaram espontaneamente logo nas primeiras sessões.
 
Para os homens, o protocolo recomenda tratamento por um período de seis semanas, com duas sessões semanais que durem de 20 a 30 minutos.
 
Além de clínicas particulares especializadas, o tratamento baseado na tradicional medicina chinesa também é disponibilizado na rede pública do País pelo SUS (Sistema Único de Saúde) nos Estados de Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal.
 
Fonte R7

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