Usar frases curtas e ser expressivo são recursos que facilitam a conversa
O Dia Nacional da Surdez foi lembrado neste sábado, dia 10 de novembro. No Brasil, há 9,8 milhões de deficientes auditivos, segundo dados do IBGE. A melhor forma de mantermos a comunicação com surdos é por meio da Libras (Língua Brasileira de Sinais). Porém, como nem sempre isso é possível, existem outras formas eficientes de se comunicar com os deficientes auditivos.
"É extremamente importante tentar conversar com os surdos. Além deles se sentirem valorizados, eles têm a maior paciência para fazer com que os outros os entendam", afirma a psicóloga Ana Maria Amoroso, da Associação dos Deficientes Auditivos Visuais e Deficientes Auditivos (Adavida). Por isso, trouxemos algumas dicas importantes para melhorar o diálogo com os surdos. Confira:
A expressão "o corpo fala" faz ainda mais sentido com os surdos. "Quando a pessoa fala de frente, ela traz a contribuição do olhar e de todo o corpo para a conversa", explica a fonoaudióloga da clínica Cristiane Skoretzky, da Adavida. A percepção visual dos surdos é mais aguçada e eles conseguem captar a mensagem, seja pela leitura labial ou mesmo pela expressão facial, de acordo com a fonoaudióloga.
A Língua dos Surdos é bem menos complexa que a Língua Portuguesa e não conta com conjunções, segundo a fonoaudióloga Cristiane. Portanto, quanto mais objetiva a mensagem, mas fácil fica o entendimento dos surdos. Se formos comparar a frase "eu prefiro vermelho ao azul" na Língua dos Surdos se torna "vermelho sim, azul não". Portanto, evite rebuscar e elaborar demais as frases.
Uma pessoa com deficiência auditiva consegue compreender as emoções transmitidas nas mensagens, por meio de nossas expressões faciais e corporais. Para a psicóloga Ana Maria, é essencial fazer gestos, mímicas, acenar e até tocar na pessoa para chamar sua atenção. "Valem todos os esforços na hora de passar a mensagem." A dica dela é falar devagar e gesticular bem a boca na hora de falar, mas é preciso cuidado para não separar muito as sílabas e confundir o entendimento dos surdos.
A fonoaudióloga Cristiane conta que um dos maiores erros é gritar com surdos. "Além de o esforço ser em vão, já que ele não vai ouvir, o surdo pode entender que a pessoa está brava", destaca. Quem grita transmite à pessoa surda uma sensação de agressividade, o que gera ansiedade e nervosismo. É bom sempre se lembrar que os deficientes auditivos captam com riqueza de detalhes de toda a linguagem do corpo, "eles têm os sentidos visuais bem aguçados", completa a fonoaudióloga.
Quando a mensagem fica muito complicada para ser transmitida, usar da comunicação escrita pode ser uma boa solução. Os especialistas recomendam fazer desenhos ou até escrever para facilitar a comunicação. ?O estímulo visual é de fácil entendimento, os surdos entendem placas, símbolos e desenhos.? Outra alternativa é pegar um objeto para exemplificar a mensagem. Por exemplo, ?se for chover, aponte para o guarda-chuva e para o céu, ele vai entender que se trata de uma chuva?, segundo a fonoaudióloga.
A psicóloga explica que os surdos se sentem valorizados quando outras pessoas se aproximam na tentativa de estabelecer comunicação, "eles têm muita paciência para ensinar". Por isso, tenha calma e insista na comunicação, afinal você tem todas as expressões corporais e faciais como aliadas deste diálogo. De acordo com a psicóloga, os interessados na comunicação com surdos precisam aprender alguns sinais básicos da Libras.
Quando as peças mudam de posição e você passa a ser a pessoa que não entende o que a pessoa surda está tentando dizer, o melhor caminho é não fingir. "Procure demonstrar que não entendeu e nunca faça de conta que conseguiu captar a mensagem. Os surdos percebem na hora", afirma a fonoaudióloga. Além disso, a pessoa surda pode evitar a comunicação quando não existe a reciprocidade do diálogo. A psicóloga e a fonoaudióloga são unânimes na hora de defender que os deficientes auditivos são prestativos. "Eles vão tentar explicar de outra forma, se você não entender, e quantas vezes for preciso", finaliza Ana Maria.
Fonte Minha Vida
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