O treinador físico Marcio Atalla, que atualmente tenta converter o ex-jogador de futebol Ronaldo aos exercícios, foi enfático ao responder à questão "o que emagrece mais?": "É óbvio que o maior problema da obesidade é o sedentarismo. A alimentação tornou-se importante porque hoje o gasto calórico médio da população é ridículo."
Segundo ele, regimes sem atividade física são insustentáveis e, a longo prazo, acabam em efeito sanfona.
"A dieta, sozinha, vai naufragar sempre. Quando você faz só a restrição alimentar, tem que comer cada vez menos para continuar perdendo peso. Com o emagrecimento, o metabolismo vai caindo [ficando mais lento]", afirma.
Segundo Atalla, isso ocorre porque fazendo só dieta a pessoa perde, além de gordura, massa magra (músculo), tecido que, em repouso, gasta mais energia do que a gordura."Quando a pessoa para de emagrecer, o metabolismo está mais baixo e ela volta a engordar com a mesma quantidade de alimento que ingeria antes."
Esse, porém, é um ponto controverso. O pesquisador americano Timothy Church, por exemplo, argumenta que o maior efeito do exercício não é aumentar o metabolismo, e sim queimar calorias durante a prática.
"Não há erro em dizer que o exercício é determinante para manter o peso depois de emagrecer, mas o mecanismo exato de como isso acontece ainda não é compreendido pela ciência", diz o médico.
Os especialistas concordam no seguinte ponto: pessoas que emagrecem sem se exercitar perdem músculo. Esse seria um 'contra' de aderir apenas à dieta.
Mas não se sabe o quanto de massa magra é perdida, explica o endocrinologista Bruno Geloneze, do laboratório de investigação em metabolismo e diabetes da Universidade Estadual de Campinas.
"Depende da genética, do tipo de exercício. Mesmo assim, a maior parte do peso perdido é gordura", diz.
Mais massa magra
De acordo com Geloneze, mais importante do que perder peso é mudar a composição corporal. "Emagrecer é diminuir a quantidade de gordura no corpo, não só perder quilos", explica.
Quem treina pode até ganhar uns quilos porque há um ganho de músculo, que é mais pesado que a gordura.
Para Atalla, os ganhos da atividade física para a saúde são mais certos e mais importantes do que a diminuição de um número no manequim.
"Não existe alimentação que faça você ter os ganhos de saúde cardiovascular que o exercício traz. É mais interessante um gordinho ativo do que um magro sedentário", compara.
Dois estudos publicados em setembro comprovaram que o condicionamento físico conta mais que o peso para a saúde cardiovascular. Uma das pesquisas analisou dados de 43 mil americanos e descobriu que os obesos ativos tinham um menor risco de morte e indicadores de saúde semelhantes aos de pessoas magras. O trabalho foi publicado no "European Heart Journal".
Fonte Folhaonline
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