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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"Desintoxicação é mudar a consciência sobre o que se come", diz médico alemão

O ideal seria que, desde pequenas, as pessoas comessem alimentos
 sem corantes artificiais, agrotóxicos e outros produtos químicos
Formado em medicina pela Freie Universitat de Berlim, o alemão Matthias Girke é especialista em diabetes e medicina interna --área dedicada à atenção integral do paciente, focalizada no diagnóstico e no tratamento não cirúrgico das doenças.
 
Fundador e diretor médico do Hospital Havelhoe, na capital da Alemanha, Girke faz parte da Sociedade Alemã de Médicos Antroposóficos, prática que busca tratar o homem em seus aspectos físicos, psíquicos e espirituais.
 
Ele, no entanto, não vê conflito entre as práticas convencionais e a antroposofia. "Não é 'alternativa'. A antroposofia faz as mesmas coisas que a medicina convencional, mas integra outros níveis no tratamento das pessoas", afirma.
 
Girke veio ao Brasil para um seminário médico na Associação Brasileira de Medicina Antroposófica organizado pela Weleda, marca de remédios e cosméticos naturais. Na ocasião, falou à Folha sobre a visão antroposófica das dietas de desintoxicação.
 
Folha - Como é um programa de desintoxicação do organismo segundo os princípios da antroposofia?
Matthias Girke - A antroposofia trabalha em quatro níveis. O primeiro é o físico, em que podem ser usados os mesmos recursos da medicina convencional; o segundo é o sistema imunológico, o uso dos recursos do próprio corpo para a cura; o terceiro é o nível da alma, ou o bem-estar psíquico; e o quarto é a biografia da pessoa, o que aconteceu com ela nos ciclos de desenvolvimento: do nascimento aos 21 anos, dos 22 anos aos 42 anos etc.
 
Então, é preciso analisar, no nível físico, quais são as reações de cada organismo em relação às toxinas presentes nos alimentos, no ar que respiramos etc. No nível imunológico, procurar reforçar os sistemas corporais que ajudam na eliminação dessas toxinas. Pode ser por meio da alimentação ou exercícios, por exemplo. No nível psíquico, a redução do estresse, que faz o próprio organismo produzir substâncias inflamatórias e tóxicas.
 
E no nível biográfico?
O ideal seria que, desde pequenas, as pessoas comessem alimentos sem corantes artificiais, agrotóxicos e outros produtos químicos. Mas, se não foi assim que ela cresceu, pode rever a educação alimentar que teve na vida e mudar seus conceitos. Desintoxicação é mudar a consciência sobre o que se come.
 
Há alimentos que ajudam o organismo a eliminar toxinas?
A associação entre um alimento e a desintoxicação é muito simplista. É possível reforçar os mecanismos do próprio corpo para eliminação de toxinas com alguns chás, como o de bétula, mas o principal é diminuir a ingestão de alguns alimentos.
 
Quais alimentos é preciso evitar?
Atualmente, há muita comida com alta concentração de fosfato: carnes vermelhas, embutidos, refrigerantes. É bom evitá-las para desintoxicar o organismo. Também é bom reduzir o consumo de alimentos enriquecidos com iodo e com flúor.
 
No Brasil, a água do abastecimento é fluoretada...
É mesmo? Não é assim na Alemanha. Bem, não dá para mudar o sistema de abastecimento de água, mas é possível mudar nossas escolhas alimentares. Isso já faz diferença.
 
Fonte Folhaonline

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