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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Dispositivos médicos negligenciados na busca pelo EHR

A interoperabilidade da informação de saúde vem sendo anunciada por décadas como uma forma de tornar a medicina mais efetiva. Mas o foco em nível nacional da política nos Registros Eletrônicos de Saúde (EHRs – eletronic health records) pode estar negligenciando outra parte importante da equação: a interoperabilidade da grande quantidade de dados vinda do aumento de dispositivos médicos inteligentes.
 
“Muitos eventos, publicações e debates têm o foco no lado da informação do que a tecnologia pode fazer. Há pouca atenção até o momento no lado da conectividade desses dispositivos, especialmente em relação à segurança do paciente”, afirmou um relatório sobre interoperabilidade de dispositivos médicos emitido pela Associação para o Avanço da Instrumentação Médica (Association for Advancement of Medical Instrumentation – Aami) e do Departamento de Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (U.S. Food and Drug Administration – FDA).
 
O relatório provem de uma cúpula conjunta da AAMI com a FDA de outubro passado sobre interoperabilidade de dispositivos médicos, que incluíam 14 outras organizações, incluindo o Joint Commission, a Healthcare Information and Management Systems Society – Himss e o Instituo Nacional de Padrões e Tecnologia (National Institute of Standards and Technology – Nist). Segundo as duas entidades, seu intento é servir como um documento resumido para “comunidade” sobre o que os participantes disseram no evento e para servir como ponto de referência para diálogo futuro.
 
“O avanço e disponibilidade de novas tecnologias, juntamente com um crescente número de sérias preocupações de saúde pública e eventos adversos de pacientes nas quais a interoperabilidade foi a causa raiz, levou a Aami e o FDA a fazerem a cúpula. Interoperabilidade vem em primeiro lugar porque afeta a segurança do paciente”, afirma o relatório. Os grupos descobriram que como muitos outros aspectos da interoperabilidade, os fatores humanos e organizacionais ficam mais no caminho para um melhor compartilhamento de dados do que as deficiências técnicas.
 
“Os desafios que impendem o progresso incluem liderança desigual; cooperação, colaboração e experiência limitada; e fluxo de trabalho clínico inconsistente. Entretanto, apesar de os desafios se tornarem mais difíceis, muitos deles não são nem novos ou muito diferentes”, explica o documento. De fato, os autores se referem ao relatório de novembro de 2011 do Instituto de Medicina (Institute of Medicine – IOM) que dizia, em parte, que a TI de Saúde não concretizaria suas promessas por muitas dessas mesmas razões.
 
No relatório, a Aami e a FDA identificou sete temas do resumo que podem ser tomados como um mapa para a interoperabilidade:
  1. Padronização para chegar ao sucesso: a adoção ampla de padrões e compartilhamento de objetivos não somente melhora a segurança do paciente, também promoverá a inovação.
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  3. Alinhar incentivos, expectativas, regras e responsabilidades: Liderança com o foco em segurança do paciente e necessidades clínicas devem levar à melhor tecnologia, cuidado mais seguro e menores custos.
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  5. Tomar uma abordagem de sistemas: Design, implementação e gerenciamento de dispositivos médicos irão beneficiar porque uma abordagem de sistemas leva à experiência em disciplinas biomédicas e de engenharia específicas.
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  7. Foco no comportamento humano antes de tudo: “Entender a interoperabilidade como um sistema sociotecnológico reduz os riscos, melhora a eficácia técnica e otimiza o valor dos investimentos em tecnologia de saúde”, afirma o relatório.
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  9. Esclarecer regras e os processos regulatórios: Isso irá simplificar a aprovação e integração de novas tecnologias médicas
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  11. Padronizar e coordenar o fluxo de trabalho clínico: Isso irá melhorar o retorno no investimento em tecnologia e promover a escalabilidade da interoperabilidade da tecnologia médica.
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  13. Remover barreiras para interoperabilidade ao estudar o compartilhamento e processo contínuo de aprendizado: “Transparência sobre os sucessos e as falhas e o melhor uso dos dados para um melhor interoperabilidade de tecnologia médica criará uma plataforma para sabedora e conhecimento que dará suporte à prática clínica e ao cuidado do paciente”, afirma o relatório.
Atingir o objetivo da interoperabilidade de dispositivos não será fácil, o Aami e a FDA afirmam: “As organizações de saúde estão focadas em ter os registros eletrônicos de saúde (EHRs) funcionando. Poucos estão adentrando no espaço ainda mais complexo da interoperabilidade de dispositivos”. Mas o pagamento para o esforço pode ser grande.
 
“Fazendo certo, protegem-se os pacientes, contribui-se com as decisões clínica e consegue-se retornos positivos do paciente e melhora a eficiência. Fazer de forma errada, apresenta risco significativo e as probabilidades de eventos adversos aos pacientes. Pior, ao começar de forma errada, não significa apenas o retorno aos riscos de base de um mundo não conectado; isso levará à situações mais sérias do que existem agora. A interoperabilidade seguro é central, não periférica, para a missão principal da saúde”, o grupo alertou.
 
Fonte SaudeWeb

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