Considerado um dos maiores parceiros do setor público na área de saúde, a Beneficência Portuguesa de São Paulo estuda diversificar seu modelo assistencial e gerir as chamadas Organizações Sociais de Saúde (OSS) – hospitais públicos que são administrados por instituições filantrópicas.
“Ainda não avançamos no assunto, mas também não está descartado. O modelo de OSS ainda é recente na esfera pública e, por isso, o estatuto da Beneficência teria de ser mudado para contar com a possibilidade de parceria”, diz Fábio Tadeo Teixeira, que desde novembro de 2012, assumiu interinamente a superintendência da instituição, com a saída de Luiz Koiti, que ficou quatro anos à frente do hospital.
De qualquer forma,”a Beneficência tem todas as características para se tornar uma OSS”, lembra o executivo, que é um dos entusiastas desse modelo de parceria público-privada.
Teixeira, aliás, tem grande experiência com o modelo. Ele atuou como diretor executivo do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, e da Casa de Saúde São José, no Rio, ambos hospitais de referência, que ajudam a sustentar as diversas obras sociais da Associação Congregação de Santa Catarina.
Também foi gestor do Hospital Geral da Pedreira, a primeira OSS de São Paulo, por muito tempo considerada modelo de eficiência em gestão de equipamentos públicos, além de ter participado da implementação de várias unidades do Programa Saúde da Família (PSF) da Secretaria de Saúde do Estado de SP, em bairros carentes da Zona Sul da capital.
Teixeira afirma que sua missão à frente da Beneficência é continuar o trabalho de Koiti: buscar o equilíbrio financeiro da Beneficência, “adequado à demanda e à expectativa dos mantenedores”.
Um trabalho por si só delicado, visto a dinâmica do setor de saúde público.
De um lado, está o Sistema Único de Saúde, cujo orçamento apertado não permite atualizar as tabelas de preços pelos serviços pagos aos parceiros.
Do outro, os planos de saúde, um mercado cada vez mais consolidado, inclusive, com a entrada de grandes corporações estrangeiras, como a UnitedHealth (Amil), que aperta os custos para remunerar os acionistas. E ao redor, a principal variável: os avanços da tecnologia de saúde, que encarecem cada vez mais os serviços.
A Beneficência vem promovendo diversas ações para melhorar a saúde de sua operação, como a abertura dos Hospitais São José, focado no atendimento privado, e Santo Antônio, voltado para o SUS.
“A ideia é ampliar o atendimento a convênios para ajudar a cobrir o déficit do SUS”, explica. Em 2012 conseguiu um aumento de 11% na receita para R$ 660 milhões, mas que não foi suficiente para deixar os empresa superavitária. Atualmente, 52% das internações da Beneficência são de pacientes do SUS, outros 18% são pacientes ambulatoriais.
“Antes, tínhamos de ter 60% de internações do SUS, mas o governo mudou as regras para dar fôlego aos hospitais filantrópicos”, diz. O restante, são pacientes dos convênios, cuja participação tente a aumentar.
Fonte SaudeWeb
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