Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



sexta-feira, 22 de março de 2013

Hipertensas, fumantes, diabéticas e obesas devem ter cautela com pílula

Anticoncepcional oral tem contraindicações de uso para algumas mulheres. Em certos casos, comprimido pode favorecer trombose, embolia ou AVC.
 
Quem toma pílula anticoncepcional não imagina que haja contraindicações para o uso, como no caso de hipertensão, tabagismo, obesidade e diabetes.
 
Isso porque fatores como pressão alta, cigarro, excesso de peso ou até viagens constantes de avião podem favorecer o aparecimento de trombose nas pernas, embolia pulmonar, infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). O risco nesses grupos é até quatro vezes maior que em mulheres normais. E, após a menopausa, as chances aumentam ainda mais.
 
De acordo com a cardiologista Ludhmila Hajjar, os principais sinais de trombose – que pode ocorrer em qualquer local do organismo em que haja vaso sanguíneo – são: dor, inchaço e fraqueza nas pernas. Se for em outra região, também pode haver falta de ar, dor no peito, dor de cabeça ou náusea. Grávidas têm 40 vezes mais probabilidade de desenvolver o problema, e mulheres no pós-parto têm 300 vezes mais, explicou o ginecologista José Bento.
 
Pílula (Foto: Arte/G1)
 
Estima-se que mundo todo 200 milhões de mulheres já tomaram pílula desde que ela foi introduzida na prática médica, há 50 anos. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Mulher (PNDS), feita em 2006, mostrou que 26% das mulheres de 15 a 44 anos faziam uso recorrente desse contraceptivo.
 
Segundo José Bento, é importante que a mulher só inicie o uso da pílula sob orientação médica, e avise os profissionais sobre isso quando for se consultar. Essa informação pode ser muito útil e evitar problemas futuros.
 
Com o comprimido, há uma vasoconstrição e o processo de coagulação se acelera, o que pode levar à interrupção do fluxo sanguíneo e à formação de coágulos nos vasos do corpo feminino.
 
 
Mulheres obesas, com varizes ou que tenham diabetes também precisam ter cuidado com a pílula e considerar a ideia de optar por outros métodos anticoncepcionais.
 
Da mesma forma, quem viaja muito de avião, por horas prolongadas, precisa se cuidar. A pressão causada pela altura se reflete nos vasos sanguíneos, que ficam contraídos por mais tempo e têm mais chance de formar tromboses ou coágulos em outras regiões do corpo.
 
Perigo de uso sem prescrição
A estudante Bruna Romanelli, de 22 anos, teve trombose há sete, por tomar pílula sem orientação médica.
 
A perna esquerda dela inchou muito, a jovem foi ao médico e ficou internada por uma semana, em repouso absoluto.
 
O risco, segundo os especialistas que a atenderam, era de Bruna sofrer uma embolia pulmonar ou ter até que amputar o membro.
 
A estudante também tinha fator genético envolvido: uma avó já tinha passado pelo problema. Para se prevenir da gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis (DST), ela pode usar dispositivo intrauterino (DIU) e camisinha.
 
E, para evitar uma nova trombose, o médico recomendou a meia elástica (veja no vídeo ao lado). Mas ela se queixa de calor e dificuldade na hora de vestir. Há modelos para homens e mulheres, que são indicados em longas viagens de avião. Beber um litro de água a cada seis horas de voo também é uma boa dica, destacou José Bento.
 
Quem tem varizes já apresenta um problema no sistema circulatório, ressaltou Ludhmila. Isso não quer dizer que a mulher terá trombose, mas é um fator a mais para ser observado.
 
Pílula x cigarro
Não é difícil encontrar mulheres que fumam e tomam pílula ao mesmo tempo. Assumir o risco significa que um dia uma complicação pode acontecer.
 
E a maioria não sabe dessa combinação explosiva. Segundo o ginecologista José Bento, os seis primeiros meses de uso concomitante são os mais perigosos. Depois de anos, a probabilidade de uma doença vascular diminui.
 
Composição da pílula
Anticoncepcionais contêm em geral dois hormônios sintéticos, o estrogênio e o progestogênio, semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher.
 
Pílulas com menos de 0,03 mg de estrogênio são consideradas de baixa dosagem e devem ser sempre a primeira opção considerada, pois têm melhor tolerância, alta eficácia e baixo custo. As minipílulas são as que contêm apenas progesterona e são recomendadas para mães em fase de amamentação. Esse tipo, porém, pode favorecer a diabetes tipo 2, segundo estudos.
 
Os comprimidos que combinam hormônios atuam basicamente por meio da inibição da ovulação, além de provocar alterações nas características do endométrio e do muco cervical. É um método muito eficaz quando usado corretamente.
 
Alguns anticoncepcionais também combatem a cólica, tensão pré-menstrual (TPM), dor nas mamas, câncer do endométrio, cistos e câncer de ovário – que atinge duas em cem mulheres –, acne e excesso de pelos. Por isso, costuma ser um bom modo para tratar ovários policísticos.
 
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um alerta sobre maior risco de trombose em pacientes que usam anticoncepcionais à base da substância drospirenona. Os EUA fizeram o mesmo alerta na semana passada.
 
Fique atenta

Se você usa a pílula, busque imediatamente um pronto-socorro em caso de:
 
- Aparecimento ou agravamento de dor de cabeça com sinais neurológicos

- Hemorragias

- Dor abdominal de causa indeterminada

- Alteração visual de aparecimento súbito

- Dor torácica ou de membros inferiores de forma súbita
 
Fonte G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário