Imagem: Zhang Research Lab Nanoesponjas são feitos de um polímero biocompatível envolto por uma membrana de glóbulos vermelhos naturais |
Engenheiros da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos EUA, criaram uma "nanoesponja" capaz de remover com segurança toxinas perigosas da corrente sanguínea, incluindo aquelas produzidas por MRSA, E. coli, cobras venenosas e abelhas.
Estas nanoesponjas, que até agora têm sido estudadas em ratos, podem neutralizar "toxinas formadoras de poros", que destroem as células abrindo buracos em suas membranas celulares. Ao contrário de outras plataformas antitoxina que necessitam de serem sintetizadas para um tipo de toxina individual, as nanoesponjas podem absorver diferentes toxinas formadoras de poros, independente de suas estruturas moleculares.
Em um estudo com a toxina de MRSA, a pré-inoculação com nanoesponjas permitiu que 89% dos ratos sobrevivessem a doses letais.
A administração de nanoesponjas após a dose letal permitiu a sobrevivência de 44% dos animais.
O trabalho foi descrito na revista Nature Nanotechnology.
"Esta é uma nova maneira de remover toxinas do sangue. Em vez de criar tratamentos específicos para toxinas individuais, estamos desenvolvendo uma plataforma que pode neutralizar as toxinas causadas por uma ampla gama de patógenos, incluindo MRSA e outras bactérias resistentes aos antibióticos", explica o autor sênior Liangfang Zhang.
O trabalho também pode levar a terapias não específicas para picadas de cobras venenosas e picadas de abelha, o que tornaria mais provável o fornecimento de tratamentos que salvam vidas quando as pessoas mais precisam.
Camuflagem
A fim de enganar o sistema imunológico e permanecer em circulação na corrente sanguínea, as nanoesponjas são embrulhadas em membranas das células vermelhas do sangue.
Os glóbulos vermelhos são um dos principais alvos de toxinas que formam poros. Quando um grupo de toxinas perfura a mesma célula, ocorre a formação de um poro e a precipitação descontrolada de íons e a célula morre.
As nanoesponjas parecem células vermelhas do sangue, e, portanto, servem como chamariz de glóbulos vermelhos que recolhem as toxinas. As nanoesponjas absorvem as toxinas prejudiciais e as desviam de seus alvos celulares.
Elas tiveram uma meia-vida de 40 horas nas experiências dos investigadores em camundongos.
Eventualmente, o fígado metabolizou de forma segura tanto as nanoesponjas quanto as toxinas sequestradas.
Com base em experiências de tubos de ensaio, o número de toxinas que cada nanoesponja pode absorver depende da toxina. Por exemplo, cerca de 85 da toxina alfa-hemolisina produzida por MRSA, 30 da toxina stretpolysin-O e 850 monomoers melitina, que fazem parte do veneno de abelha.
O próximo passo dos pesquisadores é buscar a realização de ensaios clínicos.
Fonte isaude.net
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