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quinta-feira, 2 de maio de 2013

"A mão robótica sempre vai obedecer a do cirurgião", afirma primeiro brasileiro a realizar cirurgia automatizada

"A mão robótica sempre vai obedecer a do cirurgião", afirma primeiro brasileiro a realizar cirurgia automatizada  Ricardo Abdalla/Arquivo pessoal
Foto: Ricardo Abdalla / Arquivo pessoal
Abdalla foi um dos médicos brasileiros a participar da
 primeira cirurgica robótica no país
Médico do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, fala sobre adaptação à nova tecnologia
 
Cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, Ricardo Zugaib Abdalla participou da primeira cirurgia robótica realizada no Brasil. Ele conversou por telefone com Zero Hora e enfatizou que a robótica não irá substituir procedimentos tradicionais, mas facilitará situações em que não se pode usar as mãos.
 
Zero Hora _ Quando começou a operar por cirurgia robótica, qual foi o impacto no hospital?
Ricardo Zugaib Abdalla _ Começamos a nos preparar em 2007. Em março de 2008, fizemos a primeira cirurgia. Até conhecer bem a tecnologia, dominar os movimentos e saber como funcionava a parte elétrica e mecânica da máquina, demorou cerca de um ano. Treinamos oito especialidade diferentes, começando pela urologia, que era a que tinha mais benefícios, pela costura dos tecidos em áreas pequenas e por facilitar a técnica. Nós precisamos de tempo até ter segurança nas operações. Ao longo de 2008, ficamos mais seguros e começamos a mudar as especialidades. Fomos para aparelho digestivo, depois ginecologia e também alguns casos de cabeça e pescoço, onde a vantagem principal foi não ter que desarticular a mandíbula e rasgar tecidos sadios para operar.
 
ZH _ Quais foram as vantagens apresentadas em relação ao procedimento de videolaparoscopia?
Abdalla _ O robô torna fácil um momento difícil da cirurgia. Por causa da grande precisão, consegue-se fazer sempre da mesma maneira a costura. Em uma costura de 10 nós, por exemplo, fazemos os 10 iguais. A robótica tem como fatores positivos a precisão, a estabilidade e qualidade da imagem. Ver em terceira dimensão dá maior entendimento da imagem para quem está operando. Quem é treinado em vídeo-cirurgia percebe a praticidade da robótica. É como ver um filme em alta definição.
 
ZH _ Quantos hospitais trabalham com a cirurgia robótica?
Abdalla _ Em São Paulo, tem o Hospital Oswaldo Cruz, o Albert Einsten, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), que é do governo federal. Apenas o Inca fez com recursos públicos. Os demais foram todos com recursos próprios. Existe um cálculo canadense que mostra que o investimento se paga com duas cirurgias por dia, por causa da economia nos sangramentos e nas internações.
 
ZH _ Pode-se dizer que a era dos médicos com aventais sujos de sangue está com os dias contados?
Abdalla _ Na realidade, a tecnologia robótica tem de trazer novos procedimentos. Ela facilita aquela situação em que não se consegue fazer com as mãos. Mas não vai substituir procedimentos consagrados. O corpo não mudou, mudou a tecnologia para fazer o que a mão não faz. A mão robótica vai sempre obedecer a do cirurgião.

Fonte Zero Hora

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