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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Derrame: como reconhecer e o que fazer diante de um acidente vascular cerebral

Derrame: como reconhecer e o que fazer diante de um acidente vascular cerebral Gilmar de Souza/Ver Descrição
Foto: Gilmar de Souza
Conduza o paciente imediatamente a um hospital. Se houver
 qualquer possibilidade de trauma (antes ou após o evento)
prefira sempre chamar o resgate
Toda e qualquer perda neurológica que ocorre de repente é um AVC até que se prove o contrário
 
É um dia normal, como qualquer outro, eis que de repente surge um sintoma neurológico, ocorre uma parada no funcionamento de uma parte do cérebro. Essa é a história clássica do temido AVC (acidente vascular cerebral ou o popular derrame). O sintoma manifestado depende diretamente da localização e do tamanho da lesão. O quadro é agudo e dramático, podendo levar à morte ou à perda irreversível de determinada função corporal.

— Toda e qualquer perda neurológica que ocorre de repente é um AVC até que se prove o contrário. O sintoma deve ser prontamente reconhecido e o paciente conduzido imediatamente a um hospital de grande porte — diz o neurologista Leandro Teles, formado e especializado pela Universidade de São Paulo.

Infelizmente, no Brasil, apenas uma minoria dos pacientes é atendida em um ambiente especializado em menos de quatro horas e meia (fase mais crítica do derrame em que os médicos podem tentar desobstruir a artéria com medicamentos na veia). Existem basicamente dois tipos de AVC: isquêmico (faltou sangue naquela área – 80% dos casos) e hemorrágico (extravasou sangue naquela área – 20 % dos casos) e para diferenciá-los apenas com uma tomografia de crânio, pois o quadro clínico é muito parecido.

— Obviamente, o melhor com relação ao derrame é a prevenção. Os fatores de risco como sedentarismo, obesidade, pressão alta, diabetes, colesterol alto e tabagismo devem sempre ser combatidos com intensidade. O melhor AVC é aquele que não ocorreu — afirma o especialista.

Como não existe prevenção ideal e existem fatores de risco não modificáveis (idade e genética, por exemplo), é fundamental conhecer os principais sintomas do AVC:

Perda de força ou sensibilidade de um lado do corpo.

Boca torta ou dificuldade em falar ou entender o que as pessoas dizem.

Falta de coordenação motora e desequilíbrio.

Problemas para enxergar com um ou ambos os olhos.

Leandro Teles enumera oito atitudes que devemos ou não tomar diante de um AVC, confira:

1) Mantenha a calma na abordagem ao paciente, procure não estressá-lo ainda mais.

2) Conduza-o imediatamente a um hospital. Se houver qualquer possibilidade de trauma (antes ou após o evento) prefira sempre chamar o resgate e não mobilize o paciente.

3) Nada de esperar passar. No AVC, tempo é cérebro. O paciente que é visto dentro da primeira hora do evento tem mais chance de recuperação.

4) Opte sempre que possível por hospitais de médio e grande porte, com tomografia no pronto socorro e, idealmente, com neurologista de plantão.

5) Não dê AAS (acido acetilsalicílico) ao paciente, pois ainda não sabemos se o quadro é hemorrágico ou isquêmico (se for hemorragia, o sangramento piora).

6) Se o paciente for diabético, tente fazer o teste da glicemia capilar (o aparelho de furar a ponta do dedo, geralmente os pacientes que usam insulina têm em casa). A hipoglicemia (glicemia abaixo de 70 mg/dl) pode simular um AVC, e a correção imediata reduz o risco de sequelas.

7) Não dê medicamento para abaixar a pressão arterial, mesmo que ela esteja alta. A pressão aumenta e é útil na fase aguda para irrigar o cérebro em sofrimento. Deixe que um médico oriente se vai ou não reduzir a pressão (isso varia caso a caso).

8) Comunique, por telefone, o médico do paciente e leve sempre as receitas que o paciente usa para o hospital (isso será muito útil para o médico que atendê-lo no pronto socorro). São recomendações básicas que podem atenuar as sequelas, salvar vidas e mudar as estatísticas brasileiras com relação ao AVC.
 
Fonte Diário Catarinense

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