Vacinação: algumas doses precisam ser repetidas na vida adulta |
Manter a carteirinha de vacinação em dia não é apenas coisa de criança. Mesmo quem recebeu toda a série de imunizações que devem ser tomadas na primeira infância precisa repetir algumas doses na vida adulta.
A proteção proporcionada pelas vacinas, em alguns casos, não dura a vida toda. Além disso, novas vacinas surgiram nas últimas décadas e muita gente deixou de recebê-las justamente por acreditar que as doses devem ser tomadas apenas na infância.
“Depois da água potável e do saneamento básico, a prevenção de infecções por meio de vacinas é considerada um marco importante na história da saúde da humanidade: com as vacinas, injetamos proteção e qualidade de vida”, ressalta a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emilio Ribas, de São Paulo.
“Foi com amplos programas de vacinação que o mundo se viu livre da varíola, está prestes a erradicar a poliomielite e eliminou o sarampo de nosso país, entre tantas outras enormes conquistas. Os calendários vacinais são feitos para que se obtenha o melhor resultado nas estratégias de prevenção e controle de doenças”, reforça o pediatra e neonatologista Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
O especialista explica que as vacinas são produzidas com componentes mortos (fragmentos) ou vivos atenuados (enfraquecidos). Ao serem injetados no organismo, são capazes de gerar proteção (produção de anticorpos) sem causar doença em quem foi vacinado. Os falsos conceitos de que as vacinas “injetam a doenças” na pessoa e de que são destinadas apenas a crianças ainda são obstáculos por vezes intransponíveis no caminho da imunização sistemática da população no País.
“Hoje dispomos de vacinas para adultos contra diversas enfermidades: hepatite A e B, tétano, coqueluche, difteria, sarampo, caxumba, rubéola, gripe, pneumonias, infecções pelo HPV, entre outras. As vacinações específicas para adultos são exemplos de oportunidades para reduzir o impacto de muitas doenças na população”, diz Kfouri.
Como existem diferenças entre as formulações para adultos e crianças, o indicado é consultar o médico de referência e o serviço de vacinação, que deve sempre respeitar a prescrição médica para a aplicação das vacinas faltantes quando for o caso.
“Existem vacinas atualmente indicadas de rotina para as crianças que não estavam disponíveis no passado, como a imunização contra a varicela (catapora), igual para crianças e adultos, apenas com diferença no número de doses a serem aplicadas. No adulto, essa doença é mais grave e muito desagradável, exemplo que demonstra a necessidade de rever todo o esquema vacinal de um adulto.”
Além das vacinas exigidas para viagens a certos locais e das recomendadas a gestantes e trabalhadores de áreas específicas (como profissionais da saúde e manipuladores de alimentos, entre outros), indivíduos portadores de algumas doenças crônicas devem receber vacinas especiais, disponibilizadas nos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIEs) – pacientes submetidos a transplante de medula óssea, em geral, precisam refazer todo o calendário vacinal.
Entre as vacinas licenciadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), algumas ainda não estão incluídas no Programa Nacional de Imunizações e encontram-se disponíveis apenas na rede privada – é o caso da vacina contra varicela (catapora), hepatite A, HPV e coqueluche para adultos, por exemplo.
“Adultos e idosos, além das vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela, difteria, tétano e influenza, deveriam também receber as vacinas contra hepatite B, hepatite A, HPV, doença pneumocócica e coqueluche”, recomenda Kfouri.
Fonte iG
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