Bernardo Dantas/Folhapress
Posto de saúde em Santa Maria do Cambucá, no interior de
Pernambuco, que vai receber médicos cubanos
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Infiltração, mofo, estruturas enferrujadas, equipamentos quebrados e unidades
que funcionam de forma improvisada foi a realidade encontrada pela Folha
em municípios do agreste pernambucano que receberão cubanos.
Esses municípios que receberão os cubanos são aqueles em que nenhum
profissional brasileiro ou estrangeiro inscrito no Mais Médicos demonstrou
interesse na primeira fase do programa federal.
O município de Frei Miguelinho (a 151 km do Recife) solicitou quatro médicos,
mas receberá apenas um, que trabalhará no distrito de Capivara, na zona rural.
A mesa em que o médico trabalhará está enferrujada, assim como a escadinha
que o paciente usa para alcançar a mesa de exames.
Bernardo Dantas/Folhapress
Posto de saúde em Santa Maria do Cambucá; salas têm
infiltração e mofo
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Há seis meses a geladeira que deveria guardar vacinas e medicamentos está
quebrada. Há um ano não chega água nos dois banheiros da unidade, que também
servem de depósito para material de limpeza. A água para descarga fica em baldes
destampados na sala da enfermeira.
A situação não melhora na minúscula unidade de apoio, a sete quilômetros do
posto de saúde principal. Lá, as vacinas chegam em isopor porque, como o cartaz
na porta avisa, a geladeira está desativada.
Em Santa Maria do Cambucá (a 145 km do Recife), o posto de saúde que fica na
cidade precisa de ampliação para atender todos os meses a uma demanda local de
1.500 famílias.
Assim como todos os outros visitados pela reportagem, não atende
integralmente às especificações da Política Nacional de Atenção Básica. A sala
da enfermeira, por exemplo, funciona em uma garagem.
A Folha não conseguiu chegar ao posto de saúde que deve receber uma
médica cubana em Sobradinho, zona rural de Salgadinho (a 111 km), porque chovia,
e a estrada de terra que leva à unidade estava intransponível. Em postos da zona
urbana, o grande problema são mofo e infiltrações.
Fátima Lopes, secretária de Saúde de Passira, município a 100 km do Recife e
que receberá três cubanos (quantidade recorde no Estado) afirma que, além do
mofo, há carências de infraestrutura nas três unidades contempladas.
"A estrutura não está conservada. A manutenção não vinha acontecendo há
anos", afirmou.
Representantes das administrações de todos os municípios informaram que as
unidades estão inscritas no Requalifica, programa do Ministério da Saúde que
prevê recursos para construção, reforma e ampliação dos postos de saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, a unidade de Frei Miguelino deve passar por
obras de ampliação no valor de R$ 87 mil. Ainda segundo a pasta, o município de
Santa Maria do Cambucá também deve receber recursos. O valor não foi informado.
O ministério afirma ainda que irá investir R$ 15 bilhões até 2014 na expansão e
melhoria da rede pública de saúde do país.
Folhaonline
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