Felipe Bächtold/Folhapress Posto de saúde em Sapucaia do Sul (RS) que funciona anexo a uma escola municipal (foto) |
A unidade de saúde fica dentro do prédio do colégio, praticamente na mesma
entrada usada pelos estudantes. O espaço é apertado e a estrutura, escassa: três
salas, um ambulatório, uma sala de vacinas e uma cozinha.
Na semana passada, como ainda não havia médicos atendendo, o recepcionista
avisava que quem faria "as consultas" seria a enfermeira. Na verdade, ela
realizava uma triagem e encaminhava a outras unidades de saúde.
A moradora Raquel Rodrigues, 37, diz que hoje a população do bairro precisa
"adivinhar" quando há médico no local e que outros postos de outros bairros
relutam em atender quem é vizinho dessa unidade.
Em Araricá, cidade de 5.200 habitantes a 68 km de Porto Alegre, a médica
cubana selecionada vai atuar como clínica-geral em uma unidade de
Pronto-Atendimento, que funciona com emergência.
O Ministério da Saúde, no entanto, afirma que os cubanos devem trabalhar
apenas com a Estratégia de Saúde da Família.
A secretária municipal da Saúde, Janete Silva, diz que há "dúvida" se a
médica tem o "conhecimento" da medicina que é praticada no Brasil.
"A gente está preocupada com a medicação, ver se eles conhecem a nossa
medicação, se eles conhecem os nossos exames. A gente vai ter que sentar com ela
para trocar ideia, ver como funciona lá e como funciona aqui."
Questionado sobre a estrutura de atendimento em Sapucaia do Sul, o Ministério
da Saúde diz que o município está inscrito no Requalifica, programa que prevê
investimentos para melhoria dos postos de saúde, mas não informou se o recurso
para as obras já foi liberado.
A pasta diz ainda que destinará R$ 15 bilhões até 2014 para a expansão e
melhoria da rede pública de saúde do país.
Folhaonline
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