Dores no corpo, febre, perda de peso e cansaço sem causa comprovada podem ser diagnosticados como vasculite, uma doença que está associada à inflamação de um vaso sanguíneo. Ela provoca danos no revestimento do vaso, causando seu estreitamento ou obstrução. Conforme a inflamação progride, o vaso pode se fechar, cessando o fluxo sanguíneo por completo. Se não for tratada a tempo, a vasculite leva à cicatrização, necrose e morte definitiva dos vasos.
Segundo o angiologista Ary Elwing, especialista em cirurgia vascular periférica e tratamento a laser, as causas da vasculite ainda não estão totalmente esclarecidas, porém, esse problema pode estar associado aos defeitos no sistema imune.
— Quando ocorre de forma isolada, pode ser denominada de vasculite primária, doenças rara, de causa pouco conhecida, e que ocorre quando o vaso sanguíneo é o alvo principal da doença. Já as vasculites secundárias ocorrem quando o vaso é acometido devido a alguma doença autoimune, infecções, neoplasias ou exposição a drogas — explica o especialista.
A doença pode ser classificada pelo tamanho dos vasos acometidos (pequenos, médios e grandes) e pode assumir diferentes formas, que vão desde um processo inflamatório até um acometimento grave.
Vasos sanguíneos de qualquer tamanho, localização ou tipo podem estar envolvidos, incluindo artérias de grande, médio ou pequeno calibre.
O angiologista Ary Elwing explica quais são os tipos de vasculites e quais doenças estão associadas à inflamação nos vasos sanguíneos:
Vasculites de grandes vasos
Arterite de Takayasu: acontece principalmente nas artérias localizadas próximas do coração, como artéria aorta e seus ramos.
Arterite de Takayasu: acontece principalmente nas artérias localizadas próximas do coração, como artéria aorta e seus ramos.
Arterite temporal (arterite de células gigantes): ocorre na aorta e os vasos da face.
Vasculite de médios e pequenos vasos
Esse grupo de vasculite está associado a outras doenças como lúpus, hepatite, esclerodermia e neoplasia. As principais vasculites de médio e pequenos vasos podem ser classificadas de poliarterite nodosa, doença de Kawasaki, vasculite primária do sistema nervoso central (vasculite cerebral) e tromboangeíte obliterante (doença de Buerger).
Esse grupo de vasculite está associado a outras doenças como lúpus, hepatite, esclerodermia e neoplasia. As principais vasculites de médio e pequenos vasos podem ser classificadas de poliarterite nodosa, doença de Kawasaki, vasculite primária do sistema nervoso central (vasculite cerebral) e tromboangeíte obliterante (doença de Buerger).
Vasculite de vasos pequenos e microscópicos
É a vasculite que acomete os pequenos vasos dentro dos órgãos. Também pode ser primária ou secundária.
É a vasculite que acomete os pequenos vasos dentro dos órgãos. Também pode ser primária ou secundária.
Algumas vasculites ocorrem nos vasos que irrigam órgãos internos, como intestinos, cérebro, pulmão ou baço.
— Quando a doença atinge os vasos da pele, ela pode provocar lesões que são chamadas de púrpura. São sinais de sangramento no tecido subcutâneo que mancha a pele. A vasculite nos órgãos internos deve ser tratada o quanto antes, dependo da gravidade a doença pode levar ao óbito — ressalta o angiologista.
Como é feito o diagnóstico?
Deve-se suspeitar da vasculite em pacientes que apresentam febre sem causa comprovada, cansaço, dor articular e quadro vascular trombótico como acidente vascular cerebral, infarto ou angina, sem fatores de risco para aterosclerose.
— O paciente será examinado para identificar qual tipo de vasculite e o tamanho de vaso acometido, esses resultados podem ajudar a excluir alguns tipos de doenças e determinar a causa. Radiografias, análise de sangue e biópsia são exames obrigatórios para diagnosticar a doença — destaca o médico.
O tratamento irá depender do tamanho e do órgão que a doença afetou
Dependendo da gravidade da vasculite, o tratamento pode ser feito por meio de medicamentos ou analgésicos sob prescrição médica. Nos casos mais graves, a cirurgia pode ser uma alternativa para amenizar os problemas.
A doença pode afetar qualquer pessoa, mas ela aparece principalmente portadores de hepatite C ou B crônica, pessoas que possuem transtornos autoimunes, como lúpus, e fumantes.
— O ideal é nunca hesitar em procurar ajuda médica se você notar perda de peso, febre ou dores nas articulações — recomenda Elwing.
Zero Hora
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