Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



terça-feira, 17 de setembro de 2013

Postos lotados estimulam automedicação

portal
Farmacêuticos confirmam que pacientes pedem orientações de
 medicamentos para determinados sintomas
A superlotação nas unidades da rede pública de saúde e a dificuldade em marcar consultas com especialistas acabam influenciando pacientes a optar pela automedicação. A procura por estabelecimentos farmacêuticos, muitas vezes, é a alternativa encontrada pela população que desiste da avaliação médica por conta das dificuldades encontradas.
 
Embora o Código de Ética proíba a atitude, farmacêuticos confirmam que pacientes chegam a pedir orientações dos medicamentos para determinados sintomas. Depois que a lei federal obrigou a apresentação de receitas para a compra de antibióticos, que passou a valer em 2011, os remédios mais requisitados passaram a ser os analgésicos e anti-inflamatórios. A prática é adotada principalmente pelos jovens, que preferem procurar o atendimento médico apenas quando a doença atinge grau avançado, segundo farmacêuticos. No caso das pessoas mais velhas, a automedicação geralmente está ligada à cultura do país ou pela indicação de conhecidos.
 
"A obrigatoriedade de apresentação da receita médica está obrigando a população a se reeducar. Recebo pessoas que dizem que estão comprando o remédio porque ouviram falar que faz bem de um vizinho ou que assistiram em uma propaganda de televisão", contou a farmacêutica Fernanda de Oliveira. A automedicação, segunda a profissional, é comum quando os sintomas são mais simples, como em casos de diarreia, vômito e dor de cabeça.
 
A professora Aparecida Liliane Mori, de 51 anos, já sabe dos xaropes que são indicados ao sobrinho, de 9 anos, que sofre de bronquite. No entanto, quando os sintomas agravam, a moradora da Cidade Jardim já foi obrigada a procurar a rede particular para ter acesso aos antibióticos. "Às vezes dá vontade de comprar por conta própria porque ficamos horas esperando um médico, mas a gente não sabe como está a situação do pulmão", contou. Em uma das últimas crises do sobrinho, a professora procurou o PAI (Programa de Atendimento Imediato) Mathiensen e a UBS (Unidade Básica de Saúde ) da Vila Galo, mas teve que esperar mais de duas horas para ser atendida no Hospital Infantil André Luiz.
 
A procura pelas farmácias é ainda mais comum nos bairros carentes de unidades de saúde. No Jardim Alvorada, que possui apenas um posto de ESF (Estratégia de Saúde da Família) e que não faz atendimento imediato, a venda de remédios é realizada, inclusive, em mercearias. Segundo o farmacêutico João Batista da Costa, o costume vem da tradição. "Há cerca de 20 anos, qualquer profissional da farmácia prescrevia qualquer tipo de medicamento porque não tinha rigor da lei. Agora o certo é indicar um médico", comentou.
 
O farmacêutico admite, porém, que os moradores chegam a insistir pela orientação. "Os jovens só vão ao médico quando estão com muita dor e, como na farmácia não precisa marcar consulta ou esperar horas para ser atendido, eles acabam comprando sem passar pelo médico", acrescentou. "Os farmacêuticos sabem a função e os riscos que cada medicamento pode causar nas pessoas, mas é preciso uma análise no paciente, que só pode ser feita na própria farmácia", finalizou.
 
Prescrição é autorizada em casos de medicamentos terapêuticos
O CFF (Conselho Federal de Farmácia) define o papel dos farmacêuticos. Em uma das resoluções, a prescrição de remédios é autorizada quando se trata de produtos terapêuticos, que incluem medicamentos industrializados, plantas medicinais e drogas vegetais. O profissional, porém, também pode fornecer orientações ao paciente relacionadas ao armazenamento, principais reações e a forma indicada para o medicamento ser tomado.
 
A mudança na legislação que obriga a apresentação de receita médica para a compra de antibióticos passou a valer em 2011. Definida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a norma explica que "os antibióticos são medicamentos tarjados de venda sob prescrição de médicos, dentistas e médicos veterinários", segundo o CFF. Desde que foi publicado, os farmacêuticos precisam reter a segunda via da receita, sendo que a primeira deve ficar com o paciente.
 
Por meio de nota, o Conselho se posicionou contra a indicação de medicamentos sem prescrição médica e sem a apresentação da devida receita com a justificativa de superlotação e falta de médicos. "Um problema não pode ser solucionado com a utilização de uma prática inadequada", completou.
 
O Liberal Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário