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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Parteiras na Suécia cuidam da saúde de mães e bebês em toda a gestação

Parteira Sofie Laaftman (esq.) verifica evolução da gravidez de Christina Singelman na clínica Mama Mia, em Estocolmo, no dia 3  (Foto: Jonathan Nackstrand/AFP)
Foto: Jonathan Nackstrand/AFP
Parteira Sofie Laaftman (dir.) verifica evolução da gravidez da
paciente Christina Singelman na clínica Mama Mia, em Estocolmo, no dia 3
Acompanhamento inclui oito visitas em nove meses e apenas um ultrassom. Se há algo errado, médico é acionado; mortalidade de mãe e filho é baixa
 
Parteiras na Suécia se encarregam de cuidar da saúde de mulheres e de seus bebês ao longo de toda a gravidez, não apenas na hora do nascimento. Esse é o único cuidado oferecido gratuitamente pelo Estado às gestantes do país, segundo informações da agência de notícias France Presse divulgadas nesta segunda-feira (16).
 
O acompanhamento inclui oito visitas, em que são feitos um ultrassom, alguns exames de sangue para identificar anomalias genéticas na criança, testes de frequência cardíaca do feto e recomendações sobre dieta para a mãe. Essa tradição se mantém desde o século 18 e busca dar suporte para os pais em suas novas funções.
 
Se a parteira perceber que há algo de errado com a criança, acaba chamando um médico. Além disso, o número de partos por cesariana é relativamente baixo na Suécia (17% em 2011) e apenas 10% das mulheres são submetidas à episiotomia (corte no períneo para ampliar o canal do parto).
 
Poucos prematuros
De acordo com um estudo científico publicado em agosto pela ONG The Collaboration Cochrane, formada por profissionais da saúde, a maioria das mulheres que evitaram complicações na gravidez foi acompanhada por uma parteira.
 
Esse monitoramento também ajuda a reduzir o número de nascimentos prematuros, apontam os autores. Na Suécia, esse índice chega a 5% dos bebês.
 
Antes de dar à luz, a mulher entra em contato com a maternidade de sua escolha, que a aceita ou não. Em caso de recusa – o que se torna mais comum por volta da 10ª semana de gestação –, a paciente deve procurar outra instituição. Os médicos obstetras intervêm se houver complicações ou se a grávida precisar de anestesia, o que ocorre em 50% dos casos no país.
 
Mortalidade baixa
Segundo a organização não governamental (ONG) Save the Children, a Suécia é o segundo melhor país do mundo para ter filho, atrás somente da Finlândia. A mortalidade neonatal (1,5 por mil, contra 2,4 por mil na França) e materna (3,1 por 100 mil nascimentos, contra 8,4 por mil na França) também é extremamente baixa, como destacou a União Europeia em seu relatório anual sobre saúde perinatal (período entre 22 semanas de gestação e 7 dias de vida da criança).
 
Parteira Sofie Laaftman (esq.) avalia saúde de Christina Singelman (Foto: Jonathan Nackstrand/AFP)
Foto: Jonathan Nackstrand/AFP
Parteira Sofie Laaftman (esq.) avalia saúde da grávida Christina Singelman
Além disso, na França, segundo um relatório do Ministério da Saúde divulgado em 2011, houve um aumento na vigilância médica durante a gravidez: 20% das mulheres fizeram mais de seis ultrassons nesse período e 4% fizeram mais de dez – sem nenhum benefício comprovado e, muitas vezes, apenas um caminho para ganhar dinheiro fácil.

G1

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