Foto: Cláudio Santos/Ag. Pará Hospital Ophir Loyola foi notificado, mas não cumpriu liminar da justiça |
Muito além da dor de perder um ente querido, a família está ainda revoltada por saber que o tempo de vida poderia ter sido estendido se o Estado tivesse cumprido a determinação da justiça, que obrigava o governo a arcar com a medicação Abiraterona - 250mg, composta por 120 comprimidos. O remédio custa, segundo parentes, cerca de R$ 12 mil reais.
A liminar deferida pelo juiz da 3º Vara da Fazenda, em 17 de setembro, não foi cumprida - e de acordo com o documento, previa multa diária de R$ 5 mil reais em caso de descumprimento. “Em setembro, eu perdi meu pai por causa do descaso com a saúde pública. Ele morreu de derrame em uma maca no corredor do PSM da 14. Agora foi o meu irmão”, conta Joelcio Silva, irmão de Joel.
Segundo Joelcio, o irmão demorou a fazer os exames de rotina. Quando fez, recebeu a notícia do câncer. “Ele começou a fazer o tratamento num hospital particular porque tinha plano de saúde. Mas o plano não cobria todo o tratamento e os remédios. Foi aí que demos entrada no Ministério Público pedindo que o poder público providenciasse o atendimento. O pedido foi entregue ao Ophir Loyola. E nada aconteceu”, diz Joelcio.
Na tarde de sábado, Joel foi enterrado. Deixou dois filhos e esposa desempregada. “Ela vivia em função do tratamento dele. Teve que deixar o emprego para cuidar dele. Agora temos que garantir que eles não fiquem desamparados, nem que para isso tenhamos que pedir na justiça novamente os direitos deles através de uma ação de responsabilização”, argumenta.
A assessoria de comunicação do Hospital Ophir Loyola foi procurada para esclarecer as denúncias da família de Joel, mas não foi encontrada. A reportagem ligou para os celulares disponíveis e enviou e-mail, mas não recebeu nenhum retorno.
Diário do Pará
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