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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Estudo desafia consenso sobre enjoos

Em um laboratório na Universidade de Minnesota, Thomas Stoffregen coloca uma pessoa em uma "sala móvel".
 
A câmara tem piso de concreto e três paredes de mármore falso, que se inclinam para dentro cerca de 30 cm. Um movimento tão perturbador que geralmente desequilibra os adultos.
 
Stoffregen usa o aparato para estudar a cinetose, o enjoo de movimento. Os indivíduos devem suportar oscilações nas paredes até que sintam tontura. A pesquisa também o levou a navios.
 
"Ninguém jamais vomitou no laboratório, mas nos cruzeiros é outra história."
Ele acredita que o problema não surge no ouvido interno, mas sim em um distúrbio no sistema do corpo que mantém a posição. A ideia começa a ganhar um reconhecimento hesitante.
 
"A maioria das teorias diz que, quando você sente enjoo em movimento, você perde o equilíbrio", disse Robert Kennedy, da Universidade Central da Flórida. "Stoffregen diz que você fica enjoado porque perde o equilíbrio."
 
O enjoo em viagem é tão antigo quanto o transporte passivo. A palavra "náusea" deriva da palavra grega para "barco".
 
Sejam quais forem suas origens, Stoffregen disse que esse tipo de náusea pode piorar com a proliferação de equipamentos digitais.
 
Apesar de sua predominância, Charles M. Oman, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, disse: "Houve relativamente pouca pesquisa sobre náusea, vômitos e enjoos na era moderna".
 
Ele acredita que a neurociência confirmará a explicação tradicional, de que o enjoo surge por um conflito no ouvido interno quando a percepção do movimento não combina com os padrões armazenados no cérebro.
 
Geralmente se aceita que órgãos do ouvido interno funcionais são pré-requisito para o enjoo: um estudo publicado em 1968, por exemplo, descobriu que surdos não sofriam náusea em um barco estreito no mar com ondas de 12 metros.
 
Stoffregen rejeita a teoria, que, segundo ele, não explica por que as mulheres têm maior tendência ao enjoo do que os homens ou por que é mais difícil para os passageiros suportarem o movimento do que para o motorista.
 
Ele afirma que os seres humanos ficam nauseados em situações em que ainda não aprenderam estratégias para manter uma posição estável e, por isso, novos padrões de movimento devem ser aprendidos.
 
Para o pesquisador, os tratamentos atuais fazem pouco mais que induzir a sonolência. Em um cruzeiro, ele estava em seu quarto, sofrendo a própria coisa que estuda, mas se recusou a fazer qualquer tratamento.
 
"Sei que não funcionam para mim. Nem mesmo como placebo", disse.
 
Folhaonline

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