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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Santa Maria: Um drama que se repete

Foto Jean Pimentel
Dezenas de pacientes aguardavam por um leito no hospital. Muitos deles
tiveram de esperar em macas nas entradas de salas e perto dos banheiros
Pronto-Socorro do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) está superlotado Bastava abrir a porta do Pronto-Socorro (PS) do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) na tarde de segunda-feira (14) para deparar com o cenário desolador que, há anos, reflete o drama da saúde pública no país.
 
O local tinha 48 internados, mais que o dobro da capacidade, que é de 22 leitos. Pacientes estavam em macas espalhadas pela recepção e por corredores, consultórios e salas de procedimentos. Os semblantes eram de desesperança dos doentes e de aflição dos familiares.
 
Os servidores corriam para tentar atender a todos e evitar o desespero. Situação parecida viviam a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e o Pronto-Atendimento do bairro Patronato. Somente o Pronto-Socorro do Hospital de Caridade, que atende, prioritariamente, pacientes conveniados de planos de saúde, vivia uma situação mais tranquila ontem.
 

Foto: Jean Pimentel
Divulgação
As macas são a alternativa para não deixar as pessoas sem atendimento quando todos os leitos estão lotados. No PS do Husm, elas preencheram as salas de consultório e de procedimentos e, quando até nesses locais não cabia mais gente, os corredores e a recepção foram ocupados. Segundo familiares que acompanham doentes e funcionários, a situação era ainda pior na última sexta-feira.

Liane Haag, 55 anos, está desde quinta-feira com a tia Mércia Haag, 91 anos, no corredor do PS. A idosa precisa fazer um exame e uma cirurgia, mas não há leito disponível. Segundo a sobrinha, a idosa corre o risco de perder os dedos de um pé por causa de uma necrose. Alguns leitos adiante, Carlos Marion Caetano, 53, vive drama parecido. Ele precisa amputar os dedos do pé esquerdo por causa de uma trombose. A companheira, Rita de Cássia Ribeiro, 47, teme que ele acabe perdendo todo o pé, por causa da demora em conseguir um leito.

A solução foi encaminhar pacientes menos graves para outros PAs da cidade. E aí o gargalo se tornou um efeito cascata. Na UPA, havia 12 pessoas em observação, em um local onde há nove leitos. Os quatro leitos da emergência também estavam ocupados. Pessoas aguardavam vagas em cadeiras e em macas nas salas de inalação e de medicamentos. Isso sem falar nas pessoas que esperavam por consultas na recepção.

No final da tarde de ontem, equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tiveram de deixar uma maca ao levar uma paciente ao PA do Patronato, porque a unidade não tinha mais nenhum equipamento disponível. Havia 14 pessoas para os 12 leitos, e as vagas de emergência e de isolamento estavam ocupadas. Havia oito pacientes em macas e um em uma cadeira. As salas de medicamentos e nebulização estavam cheias.

No PS do Caridade, os leitos disponibilizados estavam preenchidos, mas não havia pacientes esperando nos corredores.
 
 
Diário de Santa Maria

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