Nutricionista orienta a evitar utensílios de alumínio e dar preferência aos de vidro
Na hora de cozinhar, vale prestar atenção não só na lista de ingredientes, mas nos utensílios usados no preparo. Compostos por materiais como plástico, ferro, alumínio e madeira, eles interagem com os alimentos.
Em alguns casos a interação é positiva, como atestou uma pesquisa feita pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Foram acompanhados por 12 semanas usuários vegetarianos de panelas de ferro. Nas conclusões, os autores escreveram que “entre os usuários das panelas de ferro, o índice de anemia ferropriva passou de 38 para 20% ao final do estudo, mostrando que o ferro derivado das panelas deste material foi parcialmente utilizado pelo organismo.”
Mas, em outras situações, os alimentos podem ser intoxicados por elementos usados na composição dos utensílios, como explica a nutricionista e especialista no assunto, Carolina Santos. Em entrevista ao iG, ele afirma que já existem estudos que relacionam Alzheimer e Parkinson ao uso de panelas de alumínio e orienta a melhor forma de utilizar os materiais.
iG: Existe algum tipo de panela que não deve ser usada de maneira nenhuma?
Carolina Santos: Panelas de alumínio devem ser utilizadas com bastante cuidado, pois o metal mostrou indícios de toxicidade, indicando uma relação entre a ingestão do metal e a incidência de demência, Alzheimer e Parkinson. Outro problema é que o uso pode inibir processos metabólicos, competindo com a absorção de cálcio, magnésio e ferro, sendo associada a doenças como osteomalácia (insuficiência de vitamina D), doenças neurológicas e também hematológicas (por diminuir as quantidades de ferro no sangue).
iG: Por outro lado, existe alghipanela é mais aconselhada para o uso diário?
Carolina Santos: As panelas de vidro são usadas em estudos científicos como padrão comparativo, uma vez que elas não liberam a maioria dos elementos pesquisados. Assim, as panelas de vidro podem ser consideradas inócuas à saúde, não contribuindo, mas também não prejudicando o estado nutricional e a saúde do consumidor.
iG: As panelas de barro apresentam algum risco específico?
Carolina Santos: As panelas de barro são tradicionalmente encontradas no Estado do Espírito Santo porque a argila utilizada na produção desses utensílios é extraída em Vitória. É interessante o uso de panelas de barro para preparar alimentos aquosos, como molhos, ensopados, feijão e sopas. Mas deve-se evitar fazer preparações com baixo teor de água, pois as panelas tendem a desidratar e ressecar o alimento. Antes do uso doméstico, é aconselhável adicionar de 2 a 3 colheres de sopa do óleo vegetal refinado na panela de barro e levar ao fogo do fogão. O óleo irá queimar e, quando começar a formar uma fumaça escura, deve-se desligar o fogo. Este procedimento garante uma melhor impermeabilização da panela e aumenta a durabilidade.
iG: Além das panelas, é preciso ficar atento a outros utensílios usados para cozinhar?
Carolina Santos: As espátulas de silicone são úteis no preparo dos alimentos porque evitam descascar as panelas, como as de teflon, e não soltam resíduos quando aquecidas. No entanto, as colheres de plástico são perigosas quando aquecidas, pois o plástico liberado no cozimento faz mal à saúde. Com relação ao uso de colher de pau, ela deve ser muito bem higienizada, pois a madeira úmida é um ótimo ambiente para a proliferação de bactérias e pode causar intoxicação alimentar. Portanto, lave bem a colher e deixe secar completamente antes de guardá-la. Não utilizar garfos, nem colheres de metal para cozinhar em panelas de teflon, pois além de arranhar o material, elas podem descascar o fundo, tirando a proteção que impede que metais entrem em contato com os alimentos.
Fonte IG
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