No primeiro dia do Saúde Business Forum 2011, participantes discutem como mensurar desempenho e reclamam dos gastos com programas de qualidade
Ainda não se sabe como medir ou se há um modelo adequado para a adoção do pagamento por desempenho. Mas uma das possíveis certezas é a necessidade de qualificação e certificação do prestador de serviço. É o que defendeu o presidente da Unimed-BH, Helton Freitas, na tarde desta quinta-feira (22), no Saúde Business Forum 2011, que ocorre na Praia do Forte (BA).
Freitas conduziu o primeiro Intercâmbio de Ideias sobre Pagamento por Performance e apresentou o case sobre a qualificação da rede credenciada da Unimed BH.
“A grande questão do fee for servisse é que ele incentiva o “perverso” na prestação de serviço”, argumentou Freitas, sobre a necessidade de romper o sistema atual e investir na qualidade e na remuneração dos serviços. “Não se ganha pelo que se faz ao paciente e sim pelo que se faz no paciente”, acrescentou sobre o excesso de procedimentos.
O presidente da cooperativa mineira contou que o grande marco para a Unimed BH, no que tange a qualificação dos prestadores, ocorreu quando a cooperativa foi responsabilizada por um erro médico ocorrido em sua rede credenciada, ou seja, ficou evidente a responsabilidade não apenas do médico e hospital, mas da operadora como uma das responsáveis pelo serviço oferecido.
A partir desse episódio, a Unimed BH começou a agir em cadeia, ou seja, trazer os prestadores para um programa de incentivo à adoção de acreditações como a ONA e a certificação ISO por parte da rede credenciada.
No início, o programa adiantava 7% dos pagamentos de diárias para os prestadores que investissem em qualificação. Hoje, cinco anos depois e com pagamentos diferenciados na incorporação de aumento da diária para as entidades com acreditação ONA 1 (7%),2 (9%) e 3 (15%)., além do reembolso de 50% dos custos oriundos de auditoria. O programa também foi expandido para consultórios, nesse caso a Unimed BH utiliza como parâmetro as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No programa já foram investidos R$ 47 milhões e segundo Freitas, os resultados para cooperativa são: a elevação da parceria com a rede, melhoria de processos que impactam na operação (autorizações e entrega de contas, redução de glosas, entre outras). Já para os hospitais, a melhoria da remuneração, a formação de equipes com foco em qualidade, além da disseminação do aprendizado são apontados como positivos.
“Hoje eu dialogo com a rede de forma diferente”, afirmou Freitas.
Acreditação x custos
A acreditação e qualificação de prestadores traz retorno, sem dúvida, para operadora, hospital e clientes, mas e os custos para tal ação? Essa foi uma das questões colocadas pelos hospitais presentes no debate, que afirmaram a necessidade de aplicação de recursos em pessoas e processos para a conquista de um novo selo.
O Hospital Brasília, por exemplo, enfrenta um aumento de custos por conta dos processos para conquistar a JCI. “ O aumento do custo foi em 3% e meu overhead também aumentou. O impacto de custo para o hospital é muito grande”, opinou o diretor, Erickson Bloom.
Fonte saudeWeb
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