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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Internação por coqueluche aumenta 21% em um ano

Total de casos em 2011 já supera todo ano passado e jovens estão no alvo da infecção

O ano de 2011 projeta um alerta para o ressurgimento da coqueluche, também chamada de tosse comprida, com um novo perfil de infectados. Se antes a doença era mais incidente na infância, agora são os adolescentes e jovens adultos que estão no alvo da infecção.

Entre janeiro e julho deste ano, foram registradas 546 internações por coqueluche no País, 21% a mais do que o total de casos notificados durante os 12 meses do ano passado. Em todo o mundo, segundo a vice-presidente da Sociedade Latino-Americana de Infectologia Pediátrica, Luiza Helena Arlant, há um aumento substancial de registros, com surtos já confirmados nos Estados Unidos, Austrália, Canadá e parte da Europa.

Outro dado que compõe o aumento de casos brasileiros é a melhora da notificação e também o próprio comportamento da doença. “A cada quatro anos, temos picos de incidência. Como o último foi em 2008 e sabemos que a coqueluche tem maior contágio nos meses quentes, tudo indica que até o final de 2011 será um período com muito potencial nas infecções”, afirma a doutora em saúde pública e diretora de um laboratório fabricante de vacinas, Lúcia Bricks.

“No Brasil, este ano tivemos surtos na Bahia e no Alagoas e até agora foram confirmadas 16 mortes por coqueluche. Dos óbitos, 100% deles foram em crianças menores de um ano”, informa Luiza Helena que também faz parte do Centro de Controle de Doenças do Estado de São Paulo.

“Isso significa que as manifestações mais graves da doença continuam concentrada entre os mais novos, assim como era no passado, início dos anos 80. Mas já temos evidências contundentes de que os transmissores atuais são os jovens adultos, que muitas vezes nem ficam sabendo que estão doentes.”

O novo perfil
A coqueluche é transmitida por uma bactéria e tem como sintomas principais a tosse seca – que dura mais do que 14 dias – com falta de ar, vômito após o esforço para tossir e nem sempre é acompanhada de febre. Isso, de acordo com os especialistas, faz com que a busca por ajuda médica seja postergada, o que amplia a chance de infecção de outras pessoas.

Segundo explica o presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (Sbim), Renato Kfouri, há vacina disponível na rede pública contra a coqueluche mas só para crianças. A imunização que protege contra a doença é dada em conjunto contra a difteria e tétano, em três doses distribuídas em seis meses. “Como os mais novos são imunizados, a doença deixa de circular com mais força na primeira infância”, diz Kfouri.

“Mas a proteção da vacina tem duração média de 6 a 8 anos. Então, quando os vacinados chegam a adolescência, eles já estão desprotegidos e passam a ser contaminados. Hoje em dia, os reservatórios da bactéria transmissora são os jovens, ainda que manifestem sequelas mais brandas.”

É fator de risco para a coqueluche já ser portador de doenças crônicas, como problemas cardiovasculares e diabetes, e também frequentar lugares aglomerados, como casas noturnas, ônibus e estádios de futebol (todos ambientes muito frequentados pela população jovem).

Nova vacina
Em São Paulo, desde o ano passado, foi adotado um novo teste laboratorial para confirmar a presença da coqueluche. Antes, de todos os testados, 40% davam positivo. Agora, com a nova metodologia, 80% das testagens confirmam a coqueluche.

Segundo Lúcia Bricks, apesar da melhora da notificação, muitos ficam doentes e nem ficam sabendo. “Uma experiência nos Estados Unidos mostrou que dois em 10 adultos com tosse por mais de 14 dias, que foram acompanhados em um projeto piloto, tinham a doença”, completa a médica.

Nesta terça-feira, dia 20, a Sanofi-Pasteur lançou uma nova vacina contra a coqueluche, voltada em especial para adolescentes e jovens adultos. A mesma injeção, protege ainda contra difteria, tétano e também paralisia infantil. O novo medicamento segue a tendência de lançamento de imunizantes, que pretendem contemplar em uma só dose o maior número de doenças. Por enquanto, a vacina só estará disponível em clínicas privadas, por custo médio de R$ 100.

Fonte IG

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