As dores devem ser avaliadas por um especialista. Sofrer não é normal |
Conheça e entenda as queixas mais frequentes no sexo feminino
Diversas especialidades médicas apontam que as mulheres têm dores mais frequentes, mais intensas e de duração mais longa que os homens, além de ter herdado dores exclusivas ou altamente prevalentes no sexo feminino, como as dismenorreias (cólicas menstruais) e a fibromialgia (a proporção é de sete mulheres para cada homem com a doença).
Os hormônios teriam participação relevante no processo. Isso porque durante o ciclo menstrual ocorre a diminuição dos níveis sanguíneos de estradiol (hormônio sexual feminino), interferindo no agravamento das dores.
“De sete a 10 dias antes do período menstrual as mulheres podem ficar mais ‘sensíveis’ e suscetíveis a uma maior labilidade do humor, algumas apresentando menor tolerância a dor e choro mais fácil. Mas isso pode e deve ser minimizado. Ninguém deve se acostumar com sintomas recorrentes e muitas vezes incapacitantes de tensão pré-menstrual (TPM)”, alerta Tathiana Parmigiano, ginecologista do esporte do HCor, de São Paulo.
Acontece que as mulheres tendem a suportar mais as dores e muitas vezes demoram a procurar ajuda médica. “É importante dizer que tal atitude pode tornar o incômodo crônico. Muitas vezes a dor não tem cura, mas o sofrimento é opcional”, diz o neurocirurgião Alexandre Amaral, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Funcional e diretor médico do Centro Multidisciplinar da Dor, do Rio de Janeiro.
A dor nos seios ou mastalgia é outra queixa comum no período fértil. Segundo especialistas, quando perguntadas, 69% das mulheres afirmam sentir o incômodo, sendo que 45% indicaram grau leve de dor e 6%, intenso.
“Essa dor pode ser cíclica (acontecer sempre no mesmo período do ciclo) ou acíclica. Quando se repete, geralmente é no período pré-menstrual e é também sintoma de TPM. Como na segunda metade do ciclo, o hormônio que predomina é a progesterona, ela tem uma maior capacidade de retenção hídrica. Por isso algumas mulheres sentem-se inchadas e quando o vem o fluxo menstrual ocorre a melhora. Esses sintomas também podem ser minimizados com a ajuda da intervenção de um ginecologista”, explica a especialista.
A enxaqueca é outra dor capaz de tirar o humor feminino – uma crise ao longo da vida, mais cedo ou mais tarde, vai acometer quase todas as mulheres. Todo mês, 76% delas têm pelo menos um episódio de dor de cabeça.
Elas ainda estão sujeitas a maior risco de dores nas costas e coluna – apontada em segundo lugar como a mais recorrente entre as brasileiras, segundo pesquisa Mapa da Dor, em que 17,5% das mulheres pesquisadas, em especial na faixa entre 35 e 64 anos, reclamam de dores frequentes. Em geral, são as dores na coluna que mais incapacitam e afastam do trabalho.
Alguns fatores podem provocar ou agravar estas dores: estilo de vida, tensão, estresse, postura, uso de salto alto, prática de exercícios de forma errada e sedentarismo.
Alimentação também pode contribuir para o agravamento dos incômodos, já que uma dieta pobre em cálcio e em vitamina D no organismo pode dificultar a retenção de cálcio pelo osso, deixando-o mais susceptível a fraturas e, consequentemente, a ocorrências dolorosas.
A menstruação difícil e dolorosa – ou dismenorreia – é motivo de alto índice de falta no trabalho e a principal causa de ausência escolar entre as mulheres. Cerca de 60% a 70% de jovens relatam dor no período menstrual e 15% delas relatam interrupção em suas atividades diárias devido à dor.
“É queixa frequente em pelo menos 70% das mulheres, principalmente nos primeiros dias do fluxo menstrual”, diz Tathiana.
A cólica está relacionada diretamente ao ciclo hormonal e, geralmente, vem acompanhada de outros incômodos, como humor alterado, dores de cabeça e costas, enjoos, diarreia.
“Ela também pode ser um sintoma de endometriose, doença benigna, mas que exige cuidados. Mulheres com queixa importante de cólica devem procurar um médico para investigar a queixa”, alerta a especialista do HCor.
Hábitos de vida saudáveis podem ajudar na prevenção das cólicas. Existem fortes indícios que de que dieta rica em ômega 3, baixo consumo de álcool, abandono do tabagismo e prática regular de atividade física podem combater a dismenorreia.
A dor ao longo da vida da mulher
Dos 14 aos 20 anos
Dismenorreia primária (cólica menstrual) – comum no início da menstruação
Dismenorreia secundária (cólica menstrual) – mais comum dois anos após a primeira menstruação
Dos 20 aos 30 anos
Enxaqueca
Dor de cabeça tensional
Dismenorreia secundária
Dores pélvicas
Dos 40 anos ou mais
Dor de cabeça tensional
Dor ocasionada pela fraturas como consequência da osteoporose
Fibromialgia
Dores nas costas e articulações
Fonte Delas
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