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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vizinhança é determinante para saúde do idoso

Saúde de idosos depende também de onde eles moram
Idosos que moram em lugares com maior infraestrutura são quatro vezes mais independentes que os demais

Ter uma velhice saudável é objetivo individual de quase todos os brasileiros, cuja expectativa de vida cresceu nos últimos anos.

O envelhecimento da população, no entanto, colocou a chegada ao fim da vida em plena atividade como meta – e um desafio – também para quem pensa as políticas públicas do País.

Traçar as estratégias para que a população brasileira envelheça com saúde exige dos gestores considerar todas as variáveis que garantem essa condição. O comportamento individual e o acesso à saúde (médicos, hospitais e medicação) não são as únicas condições. O ambiente onde vivem os idosos é determinante para a promoção da saúde entre eles.

Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Durante o doutorado em Saúde Pública, a fisioterapeuta Fabiane Ribeiro Ferreira se dedicou a analisar a importância do contexto do idoso para o seu envelhecimento.

“A população está cada vez mais urbana e mais velha. Eu queria entender a relação desse ambiente com a qualidade e a funcionalidade da vida dessas pessoas”, afirma.

Fabiane critica o fato de que, pelo senso comum, a responsabilidade por ter uma velhice cheia de saúde seja atribuída apenas aos próprios idosos.

“O lugar em que ele vive, a infraestrutura da vizinhança e a violência urbana, por exemplo, vão influenciar a saúde assim como as doenças que ele tem”, comenta. A pesquisa foi realizada em parceria com a Fundação João Pinheiro e o Instituto Oswaldo Cruz.

Participaram do estudo de Fabiane 1.611 idosos moradores de Belo Horizonte e quase 70% deles se declararam sedentários. A explicação não é a falta de vontade. Em cada 10 pessoas com mais de 60 anos entrevistada na pesquisa, oito contaram deixar de sair de casa por medo de assaltos. A metade também afirmou ter medo de cair nas calçadas.

“Precisamos pensar a saúde de forma mais abrangente. A assistência é importante para garantir saúde, mas a arquitetura e o planejamento urbano também. Os comportamentos do indivíduo podem ser moldados pelo lugar onde ele está”, pondera a fisioterapeuta. Ela conta que a situação das calçadas chamou a atenção no estudo. O idoso que se preocupa com isso tem três vezes menos chance de ser independente do que quem sai de casa sem esse medo.
A infraestrutura, segundo as respostas dos idosos, explica 17% da independência de vida que têm. Fabiane utilizou os dados do Índice de Qualidade de Vida Urbana (IQVU) de Belo Horizonte, e observou que os idosos que moram em lugares com maior infraestrutura são quatro vezes mais independentes que os demais.

Outro problema comum nas grandes cidades e que influencia diretamente a qualidade de vida dos idosos é a violência. Quase 80% dos entrevistados admitiram não sair de casa por medo de assaltos.

“O poder público deve providenciar infraestrutura e serviços que viabilizem a vida social dos mais velhos. Essas pessoas precisam se sentir à vontade para sair às ruas e utilizar os equipamentos disponíveis”, diz.

Fonte iG

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