Quantidade de quedas e de atropelamentos foi maior entre pessoas mais velhas e, entre os mais jovens, foi maior o número de atendimentos decorrentes de acidentes no trânsito e queimaduras
Em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, pesquisadores do Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR/Fiocruz Minas) investigaram os tipos e o desfecho de acidentes e violências que levam jovens e idosos ao atendimento de emergência. O estudo incluiu 25.201 indivíduos maiores de 20 anos atendidos em 74 serviços sentinela de urgência em 23 capitais brasileiras. Do total, 89% foram vítimas de acidentes e 11% de violência. Segundo a pesquisa, os acidentes de transporte (29,8%) foram as ocorrências com maior número de atendimentos de emergência, seguidos de quedas (26,3%) e agressões ou maus-tratos (10,6%). A quantidade de quedas e de atropelamentos foi maior entre pessoas mais velhas e, entre os mais jovens, foi maior o número de atendimentos decorrentes de acidentes no trânsito e queimaduras.
Os dados indicaram que os atendimentos em decorrência de violência foram significativamente menos frequentes entre os idosos, e mais frequentes entre homens, principalmente entre os que informaram ter a cor da pele não branca e os que disseram ter ingerido bebidas alcoólicas
“A proporção de quedas do leito ou de outra mobília entre idosos foi 58% maior do que entre os mais jovens, chamando atenção para a importância da organização do espaço residencial para a sua prevenção”, destacam os pesquisadores. “Os idosos foram vítimas de atropelamentos numa proporção três vezes maior que os mais jovens. A maior vulnerabilidade do idoso a esse acidente é provavelmente devida à perda gradual dos sentidos, da capacidade de reagir e da flexibilidade que geralmente acompanham o envelhecimento”.
Além disso, os dados indicaram que, em comparação aos acidentes, os atendimentos em decorrência de violência foram significativamente menos frequentes entre os idosos, e mais frequentes entre homens, principalmente entre os que informaram ter a cor da pele não branca e os que disseram ter ingerido bebidas alcoólicas. “O consumo de álcool foi o que apresentou maior diferença por idade entre todos os atributos considerados na análise. Esse consumo foi informado por cerca de metade dos adultos vítimas de violência e por um quinto dos idosos”, explicam os estudiosos.
Os resultados também apontaram que 77,5% do total de ocorrências tiveram a alta como desfecho e 42,5% dos acidentes ou violência se deram em ambiente domiciliar. “A proporção de internações foi cerca de duas vezes maior entre as vítimas de acidentes do que entre as vítimas de violência. Essa proporção foi 30% mais alta entre os idosos vítimas de acidentes do que entre os mais jovens”, comentam os pesquisadores. “Essas diferenças indicam que políticas para prevenção de acidentes e violências devem levar em conta as especificidades desses eventos na população idosa”.
Fonte SaudeWeb
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