O TPS, também conhecido como parafilia, é tema de entrevista com Carmita Helena Najjar Abdo, pesquisadora do IPq da USP sobre o tema.
1. O que é o Transtorno de Preferência Sexual ?
O Transtorno de Preferência Sexual (TPS), anteriormente conhecido como parafilia, é um trantorno caracterizado por preferências sexuais tidas como não “normais”. A sexualidade “normal” é simplesmente aquela onde há desejo por pessoas adultas, vivas e que vise o prazer ou reprodução.
Há transtorno quando o objeto de desejo – o parceiro – é alguém que não é adulto (pedofilia), por alguém que não está vivo (necrofilia) ou por animais (zoofilia).
Se a finalidade do ato sexual também não visa o prazer em primeiro lugar – busca-se a dor, a humilhação, o constrangimento, o estresse ou desconforto em linhas gerais – a TPS também está presente.
É bom lembrar que, para que essas práticas sejam definidas como Transtorno de Preferência Sexual, é preciso que os episódios sejam recorrentes e que o indivíduo não consiga expressar sua sexualidade de outra maneira. Nesses casos há dificuldade de estabelecer relacionamentos normais, ou seja, o indivíduo é refém da situação.
Episódios esporádicos não são considerados um transtorno de sexualidade, mas podem ocorrer devido a diversos outros motivos, incluindo outros tipos de transtornos mentais como ansiedade, depressão e outros.
2. Por quais razões a Transtorno de Preferência Sexual se desenvolve?
Até algum tempo atrás o TPS era visto como resultado de traumas, abusos ou episódios negativos na infância. Uma das teorias mais recentes aponta que é possível que indivíduos com TPS tenham alterações nas estruturas cerebrais e que isso independeria dos fatores ambientais.
A hipótese mais aceita atualmente indica que o TPS se desenvolve mais proenimentemente em pessoas com alterações nos neurotransmissores de serotonina no cérebro.
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