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quinta-feira, 1 de março de 2012

Hospital dá 'intensivão' para ajudar quem passou por transplante

Um "intensivão" que, em vez de preparar para o vestibular, pode fazer com que seus participantes vivam mais tempo. Esse é o serviço que está sendo oferecido pelo Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini, da rede pública estadual.

O treinamento acontece em São Paulo e beneficia adultos e adolescentes que acabam de receber um órgão e se recuperam em casa.

O curso, dirigido ao paciente liberado ou a um parente que estará envolvido na recuperação domiciliar, tem aula de 40 minutos, apostila para consulta e plantão de dúvidas por telefone.

Depois, o treino é completado com telefonemas que são realizados em três ocasiões, o primeiro deles cinco dias após o fim da internação. Por mês, são atendidos de 20 a 30 pessoas.

Editoria de arte/Folhapress

O currículo do curso aborda a nova vida após a cirurgia de transplante, como a limpeza da casa, da louça e dos alimentos, que deve ser redobrada. O principal foco do atendimento, porém, envolve os medicamentos.

"O paciente recebe a relação de todos os remédios que terá de tomar, os horários e em que condições devem ser ingeridos [com alimentos, água ou em jejum], além de outras informações", explica o idealizador do programa e gerente da farmácia da instituição, Marcio Valenta.

Complexidade
"O transplante é um procedimento complexo. Falar com o médico, fazer consultas, essa é a parte fundamental", diz o médico hepatologista Carlos Baia. "Mas tomar os remédios em sistema domiciliar, de forma correta e com regularidade, também é."

Manter o controle do que deve ser ingerido não é fácil. Além dos imunossupressores, que fazem com que não haja rejeição do novo órgão pelo corpo, há antibióticos, remédios para pressão alta e vitaminas, entre outros, dependendo do quadro clínico do paciente. O total pode chegar a 30 unidades diárias.

"A gente se sente acolhida mesmo com as orientações. No início, é só medo. Medo de tomar remédio errado, medo de ser o horário errado", conta Maria Medeiros, 45, que há menos de dois meses recebeu um transplante de medula óssea, em que o irmão foi o doador, para tratar um quadro de leucemia mieloide aguda diagnosticada no fim de 2011.

Quando voltou para Santo André (SP), onde mora, tomava 21 comprimidos diariamente, a cada duas horas, das 6h à meia-noite. Hoje a quantidade caiu pela metade. "Quando você vê, já adequou toda a sua rotina."

Copinhos
Baia afirma que os aspectos mais básicos podem ajudar o paciente. "Nem todo mundo sabe que não é bom usar copinhos de isopor para tomar remédios. O xarope pode grudar neles e, com isso, a quantidade administrada do medicamento é menor, o que diminui sua eficácia."

Segundo especialistas, não são raros os relatos de pacientes que, após fazerem um transplante, não tomam os remédios como deveriam ou os deixam de lado, colocando a própria vida em perigo.

"O ser humano tem um sistema de defesa maravilhoso. Sem os imunossupressores, o corpo passa a atacar o órgão transplantado", afirma Jarbas Dinkhuysen, chefe da sessão médica de transplantes do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, também na capital paulista. "Se o paciente deixa de tomá-los, pode acabar morrendo."

Fonte Folhaonline

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