Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



terça-feira, 6 de março de 2012

Droga reduz tumor cerebral causado por doença rara

Um imunossupressor usado por pessoas que fizeram transplantes tem mostrado sucesso em diminuir tumores cerebrais causados por uma doença genética rara.

A esclerose tuberosa atinge uma pessoa em 6.000 e causa convulsões, manchas brancas na pele e problemas neurocognitivos.

A doença leva à formação de tumores benignos, com tendência a crescer e causar danos --os mais graves são nos rins e no cérebro.

Os tumores cerebrais, chamados de Sega (sigla inglesa de astrocitoma subependimário de células gigantes), atingem de 5% a 20% dos doentes. Podem aumentar a pressão intracraniana, impedir o fluxo do fluido cerebroespinhal e levar à morte.

Até há pouco tempo, o único tratamento era a cirurgia, que muitas vezes era repetida por causa das altas chances de recidiva. "Além de ser desgastante e poder causar outros danos, a cirurgia é mais indicada para tumores pequenos", diz a oncologista pediátrica Andréa Cap-pellano, do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer).

"No hospital, havia pacientes que, por causa das características da doença, não tinham mais nada a fazer."

Um deles era Luis Fernando de Oliveira, 13, de São Paulo. Seu tumor cerebral era grande e não podia ser operado. Ele começou a usar o remédio everolimo em dezembro de 2010, quando a droga foi aprovada nos EUA após um estudo publicado no "New England Journal of Medicine" mostrar sua eficácia contra a doença.

Em três meses, o tumor de Luis Fernando teve uma redução de 58%. "Ele era agressivo e foi se acalmando. Ficou falante, melhorou o desempenho escolar e tem menos convulsões", conta o avô Carlos Calixto de Oliveira, 64.

"Os pacientes melhoram como um todo. Melhoram também na parte neurocognitiva, que representa a maior dificuldade para a família", afirma Cappellano.

Outros quatro pacientes do hospital estão usando a medicação, em uso compassivo --farmacêuticas fornecem tratamento experimental para pacientes com doenças graves sem tratamento eficaz.

O remédio custa cerca de R$ 6.000. Como se trata de um imunossupressor, que deixa o sistema de defesa do corpo debilitado, os efeitos colaterais incluem infecções e aftas na boca, segundo a pesquisadora belga Anna Jansen, neurologista pediátrica do UZ Brussel Hospital, em Bruxelas.

Ela participa da fase três (última etapa antes da aprovação da droga) do estudo que avalia o efeito de everolimo sobre os tumores.

"Precisamos de estudos a longo prazo para entender melhor a doença. Muito a respeito dela ainda é um mistério, mas estamos progredindo", afirma Jansen.

Fonte Folhaonline

Nenhum comentário:

Postar um comentário