Estudo mostra que legislação mais severa ao fumo poupou quase 800 mil vidas em 25 anos |
Estudo mostrou que impostos mais pesados e leis mais duras evitaram 795 mil mortes por câncer de pulmão em 25 anos
A proibição do fumo em locais públicos, o aumento nos impostos sobre cigarros e outros esforços para levar as pessoas a pararem de fumar impediu cerca de 800 mil mortes por câncer de pulmão entre 1975 e 2000 nos Estados Unidos, mostra um novo estudo.
Os resultados, publicados na edição online do periódico científico do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, provavelmente representam apenas a ponta do iceberg, já que o câncer de pulmão é apenas uma das doenças ligadas ao consumo de tabaco, dizem os especialistas.
Pesquisadores liderados por Suresh Moolgavkar, dos programa de bioestatística e biomatemática do Fred Hutchinson Cancer Research Center, em Seattle, desenvolveram um sofisticado modelo para estimar as mudanças nos padrões de fumo e consumo de tabaco nos Estados Unidos resultantes de ações de controle do fumo, e como estas mudanças afetaram as mortes por câncer de pulmão entre 1975 e 2000.
Durante esse período, ocorreram cerca de 2,1 milhões de mortes por câncer de pulmão entre os homens e cerca de 1,05 milhões entre as mulheres. Os pesquisadores estimam que mais de 552.000 dessas mortes entre os homens e aproximadamente 243.000 entre as mulheres foram evitadas pelos esforços para o controle do tabaco.
Embora seja um número impressionante, os pesquisadores calculam que isso é apenas um terço do total de mortes que poderiam ter sido evitadas caso todos os fumantes de cigarros nos Estados Unidos tivessem conseguido parar de fumar e ninguém tivesse começado com o hábito depois do famoso relatório de 1964 – conhecido como Surgeon General’s Report – sobre os perigos do tabaco para a saúde.
Por outro lado, se o comportamento de fumantes não tivesse mudado em nada após o relatório, um adicional de 795.000 pessoas teriam morrido de câncer de pulmão.
“Parar de fumar definitivamente reduz as mortes por câncer de pulmão. No entanto, muitas pessoas continuam fumando”, disse Moolgavkar. “A forma mais eficaz de reduzir as estatísticas de câncer de pulmão é fazer com que os fumantes parem e impedir os não-fumantes de começar a fumar.”
Para o outro autor do estudo, Eric Feuer – ele chefia a divisão de Metodologia e Aplicações Estatísticas do Isntituto Nacional do Câncer dos EUA –, os americanos percorreram um longo caminho, mas não podem se dar ao luxo de serem complacentes.
“Não podemos baixar a guarda e precisamos continuar nossos esforços”, disse Feuer.
Dados recentes do gabinete do Surgeon General mostraram que um em cada quatro alunos do ensino médio dos Estados Unidos ainda fuma e três em cada quatro fumantes do ensino médio continuam a fumar na idade adulta.
Len Horovitz, especialista em pulmão do Hospital Lenox Hill, em Nova York, disse que “o novo estudo é uma boa e persuasiva notícia. Ela nos mostra conclusivamente que menos fumo significa menos mortes relacionadas a ele”.
“A cessação do tabagismo também reduziria as taxas de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, doença pulmonar obstrutiva crônica, e por aí segue”, diz ele.
Em um editorial que acompanha as novas descobertas, Thomas Glynn, um dos diretores da American Cancer Society, escreveu: “A boa notícia é que nos tornamos mais agressivos em nossos esforços de controle do tabaco.”
Muitas das mortes evitadas ocorreram em 2000, sugerindo que os esforços estão ganhando força. Glynn observou que o próprio pai morreu de câncer de pulmão após fumar por décadas e nunca conheceu a neta.
“Ele não foi um dos 795 mil, mas vê-la teria trazido lágrimas aos olhos dele. E pensar nele, no que ele perdeu devido ao tabaco, traz lágrimas aos meus”, escreveu Glynn.
Fonte iG
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