A venda de próteses mamárias de silicone foi suspensa temporariamente nesta quarta-feira. A decisão vale para produtos nacionais e importados. A interrupção passará a valer amanhã, quando as novas normas serão publicadas no "Diário Oficial" da União.
A partir de agora, fica obrigatória a certificação dos produtos pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Aristides Palhares, médico especialista em cirurgia plástica da Unesp de Botucatu, comemora a decisão. Segundo ele, a certificação vai gerar segurança tanto para o médico, quanto para o paciente. "O médico não tem condição de garantir a qualidade dos produtos usados", diz.
Segundo o especialista, o respaldo do Inmetro dará certeza de que as próteses usadas serão de alta qualidade.
Exigências
As novas exigências incluem, por exemplo, a realização de análises laboratoriais para checar a resistência do material e a composição do silicone.
As clínicas que já tiverem comprado a prótese poderão usá-la em futuras cirurgias. No entanto, até que o Inmetro defina como será sua atuação, as importações ficam suspensas.
Para voltar a entrar no país, os produtos estrangeiros já deverão ter passado pela vistoria e credenciamento do instituto -- processo que inclui até inspeções na linha de produção do material. Semelhante ao que ocorre com os preservativos importados.
Ao todo, no Brasil, existem 50 tipos de próteses mamárias certificadas pela Anvisa e 24 fabricantes credenciados. Três deles são brasileiros e outros 21, estrangeiros.
A norma da Anvisa define ainda as regras para embalagem e rotulagem e informações de esclarecimento que deverão ser feitas aos pacientes antes da cirurgia.
Pela nova resolução, o cirurgião deverá dizer aos pacientes, com antecedência, quais são os riscos potenciais, as possibilidade de interferência na amamentação, necessidade de avaliação médica periódica e a expectativa de uma nova cirurgia quando o produto chegar ao fim de sua vida útil.
As novas regras foram tomadas depois do escândalo internacional envolvendo a marca francesa PIP (Poly Implant Prothèse) e a holandesa Rofil, acusadas de usar silicone inapropriado aumentando o risco do implante romper ou vazar e provocar problemas de saúde. Calcula-se que 20 mil brasileiras têm implantes das marcas estrangeiras.
No Brasil, o Ministério da Saúde decidiu pela troca das próteses com cobertura pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e pelos planos de saúde privados desde que houvesse rompimento do silicone.
A fraude de nível internacional mobilizou vários governos europeus como Reino Unido, República Tcheca, Colômbia, Venezuela, Itália, entre outros. Na França, foi ordenada a remoção imediata do produto pelas mulheres.
Fonte Folhaonline
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