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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Pesquisa da UFSM aponta benefícios do guaraná no combate a doenças

 Pesquisa da UFSM aponta benefícios do guaraná no combate a doenças Cleferson Comarela Barbosa/Stock.xchng
Fruto seria preventivo contra obesidade, hipertensão, doenças cardíacas e até câncer

O nome parece complicado: Laboratório de Biogenômica. Mas é dentro do espaço do departamento de Morfologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que um grupo de pesquisadores investiga algo que faz parte da vida de todas as pessoas: a interação entre a herança genética e os fatores ambientais que influenciam no desenvolvimento, em especial no envelhecimento.

Apesar de não terem encontrado a fórmula do elixir da juventude, os pesquisadores acreditam que já fizeram descobertas que podem ajudar as pessoas não só a viver mais tempo, mas também a viver melhor.

Um desses estudos, sobre o guaraná, transformou-se em referência mundial e está despertando o interesse de diferentes países. A pesquisa foi realizada na cidade amazonense de Maués, em parceria com a Universidade Aberta da Terceira Idade. O que chama a atenção por lá é que 1% dos cerca de 50 mil habitantes tem mais de 80 anos, quando a média nacional de octogenários é de 0,5%.

A longevidade dos idosos de Maués é o centro da pesquisa desenvolvida pelos professores doutores Euler Ribeiro e Ivana Beatrice Mânica da Cruz. Ivana, que é formada pela UFSM, há mais de 20 anos se dedica ao estudo da biogenômica. Ela já fez parte de estudos que descobriram o efeito positivo de alimentos como a maçã, o vinho e o suco de uva sobre a saúde. Agora, ela está encantada com o guaraná.

Desde 2008, a equipe acompanhou os hábitos alimentares, a convivência com o meio ambiente, o uso frequente do guaraná, as atividades físicas e as características genéticas de 1.808 pessoas acima de 60 anos que moram em Maués, considerada a Terra do Guaraná, e de 1,5 mil moradores de Manaus, uma capital com as características comuns a cidades grandes. Os pesquisadores constataram que em Maués há menos obesidade, hipertensão, doenças cardíacas e câncer.

Ivana e Ribeiro acabam de lançar, no Rio de Janeiro, o livro Dieta Amazônica — Saúde e Longevidade, que ainda não chegou ao sul do país. Nele, mostram como o consumo de peixes e frutos, aliado à pratica de uma vida ativa e sem muito estresse, tem contribuído para a saúde da população amazônica. Além disso, desvendam os segredos de cerca de 20 frutos amazônicos, alguns acessíveis também por aqui, como é o caso do abacaxi.

— Eles (moradores de Maués) ainda têm uma dieta muito diferente da europeia, comem mais frutas e peixes e menos farinhas e carnes vermelhas. Além disso, remam muito, pois o barco é o principal transporte. Assim, fazem atividade física no dia a dia — conta Ivana.

Diferentes benefícios estão em estudo
O guaraná e outras frutas do Amazonas estão sendo estudadas por diferentes motivos. Olmiro Cezimbra de Souza Filho pesquisa os extratos de frutas que podem ajudar a combater o câncer de mama, Cristina da Costa Krewer analisa a relação do consumo do fruto com a diminuição da hipertensão e da obesidade, e Maria Izabel de Ugalde Marques da Rocha busca relações com a cicatrização.

Diante de tantos benefícios, alguém pode pensar que basta tomar guaraná para ter uma vida longa e saudável. Mas não é bem assim.

— O guaraná é considerado um alimento e, como tal, não deve ser ingerido em grandes quantidades todos os dias. Além disso, ele é estimulante, tem cinco vezes mais cafeína do que o café. Logo, não são todos que podem ingerir. O médico deve ser concultado — afirma Ivana.

E quando tomar? A pesquisadora não tem dúvidas: para quem está liberado pelo médico, ele é uma boa pedida principalmente antes de provas e prática de esportes. E não é preciso exagerar. Basta uma pequena quantidade de pó ou cápsulas, que deve seguir a orientação do fabricante, sem ultrapassar os 500 miligramas ao dia.

— Quem vai comprar guaraná deve tomar cuidado. Na Internet, às vezes, ele é vendido misturado com serragem. É melhor procurar uma farmácia ou loja especializada.

Fonte Zero Hora

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