
Programados para realizar tarefas cooperativas, quando as redes neurais artificiais criadas pelos autores – que serviram como “mini-cérebros” – passaram a trabalhar em equipe, a inteligência desses sistemas evoluiu e aumentou virtualmente ao longo de gerações.
Jogos virtuais
Os pesquisadores atribuíram dois jogos diferentes para estas redes. Um deles, chamado Dilema do Prisioneiro, coloca seus participantes em um cenário onde a cooperação é o melhor para ambas as partes, mas eles ainda podem ser motivados a trair a confiança do companheiro. No cenário, dois suspeitos de um crime são presos. A polícia oferece aos dois a mesma possibilidade: se um delatar o outro, este vai livre. Caso não, eles serão condenados por um crime menor e ambos irão presos, mas por pouco tempo. E claro, se um não entregar e o outro sim, este vai livre enquanto outro ficará na prisão durante um bom tempo.
Em um segundo cenário, dois parceiros devem trabalhar juntos para cavar um buraco na neve. A melhor escolha do ponto de vista de uma das partes é deixar que o outro faça todo o trabalho. Mas se ambos pensarem assim, nada irá acontecer.
As redes neurais artificiais não sabem o que é uma prisão ou um monte de neve, mas jogando matematicamente estes jogos, eles recebem uma recompensa numérica quando evitam uma pena ou cavam um buraco. A equipe de pesquisadores realizou dez experimentos onde 50 mil gerações de redes neurais jogaram. A inteligência foi medida pelo número de nós adicionados em cada rede e em como os jogadores evoluíram com o tempo.
Evolução
As simulações se mostraram eficientes em resolver os dilemas, aponta o principal autor do estudo, Luke McNally. “As estratégias usadas também evoluíram, assim como quando estes jogos foram jogados por seres humanos”.
E elas não foram constantes em todos os momentos. Após várias tentativas, as primeiras redes que começaram a utilizar a cooperação foram as que passaram a criar mais nós e evoluíram para cérebros maiores. Estas redes foram as mais bem sucedidas e logo começaram a “aprender” a identificar trapaceiros e a criar formas de evitá-los ou confundi-los. Uma rede neural inteligente, por exemplo, pode se beneficiar ao jogar com outra rede cooperativa somente para enganá-la e ganhar mais vantagem.
“As redes neurais são nada tão complexo como o cérebro humano”, diz McNally, “mas as experiências virtuais são uma forma de observar a evolução básica em ação sem esperar milhões de anos”. Ele e seus colegas estão agora recolhendo dados de várias espécies de primatas para investigar a relação entre o tamanho do cérebro e a inteligência real.
Fonte O que eu tenho
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