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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Equipe identifica moléculas que formam memórias de longo prazo

Pesquisa vai ajudar na produção de remédios para doenças como esquizofrenia, depressão, Parkinson e Alzheimer

Cientistas da University of Pennsylvania, nos EUA, identificaram moléculas envolvidas na formação de memórias de longo prazo, que permitem ao cérebro humano lembrar de detalhes seis meses ou anos após um acontecimento.

A pesquisa pode ajudar na produção de remédios que melhoram a memória e aliviam alguns dos sintomas cognitivos que caracterizam doenças como esquizofrenia, depressão, Parkinson e Alzheimer.

"Há muitos compostos disponíveis para o tratamento de alguns sintomas de doenças como a esquizofrenia, mas esses compostos não tratam déficits cognitivos, como problemas de memória", afirma o pesquisador Ted Abel.

O estudo, liderado por Joshua Hawk, concentrou-se em um grupo de proteínas chamadas receptores nucleares, que têm sido implicadas na regulação de uma variedade de funções biológicas, incluindo a formação da memória.

Os receptores nucleares são um tipo de fator de transcrição, isto é, proteínas que podem se unir com o ácido desoxirribonucleico (DNA) e regulam a atividade de outros genes.

Seu papel regulador pode ser significativo na formação da memória, já que é preciso transcrever os genes para transformar as memórias de curto prazo em lembranças de longo prazo por meio do fortalecimento das sinapses dos neurônios no cérebro.

Testes com ratos
Para identificar como esta classe de fatores de transcrição atua na formação da memória, a equipe treinou ratos com um método comum para a criação de memórias de um lugar e um acontecimento de modo que os animais aprendem a vincular um contexto particular ou um determinado tom com uma experiência específica.

Segundo os pesquisadores, as associações com um lugar ou um contexto ficam codificadas no hipocampo, enquanto a memória associada a algum sinal, como um tom, fica codificada na amígdala.

Nas 24 horas após a exposição dos ratos para a formação inicial, os pesquisadores examinaram os padrões de expressão de todos os 49 genes de receptores nucleares. Eles descobriram que 13 apresentaram aumento na expressão no hipocampo nas primeiras duas horas após a formação. Incluído neste grupo estavam três membros de uma classe de receptores nucleares chamados Nr4a.

Os cientistas então criaram ratos transgênicos capazes de bloquear seletivamente a atividade de um dos três genes Nr4a.

"Conseguimos manipular os animais de forma que os genes Nr4a só vão funcionar em determinadas regiões do cérebro e depois ver como a capacidade de formar memória dos camundongos é afetada", afirma Hawk.

Quando os pesquisadores treinaram os ratos pela segunda vez, observaram que os animais transgênicos tinham uma memória reduzida do lugar onde ocorria a experiência, ou seja, das lembranças que deveriam estar no hipocampo, comparados com os roedores normais. Nos ratos transgênicos, por outro lado, a memória localizada nas amígdalas permaneceu intacta.

"Os ratos tinham comprometimento da memória contextual, o que significa que algo no hipocampo é afetado. Esse é o tipo de memória que desaparece na doença de Alzheimer e na esquizofrenia", observa Abel.

Segundo a equipe, a pesquisa confirma o papel dos genes Nr4a no armazenamento de memória a longo prazo.

"Essas descobertas são promissoras em termos de desenvolvimento de novos medicamentos. A maioria dos medicamentos para depressão, esquizofrenia e outros distúrbios neurológicos atacam sistemas de neurotransmissores e podem ter efeitos sobre muitos sistemas. Agora, poderemos focar na expressão de certos genes muito mais especificamente", conclui Abel.
 
 
Fonte isaude.net

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