Ao utilizarem alecrim misturado à ração de ratos infartados, estudiosos descobriram que substância melhorou desempenho do coração
Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) podem ter dado um importante passo na busca por um tratamento eficaz para pacientes vítimas de infarto do miocárdio. Ao utilizarem alecrim misturado à ração de ratos infartados, os estudiosos descobriram que a substância atenuou o processo de remodelação cardíaca e melhorou a função do coração.
Segundo a pesquisadora Bruna Paola Murino Rafacho, o grupo optou por utilizar o alecrim, pois já havia feito outras pesquisas utilizando vitaminas isoladamente. Dessa vez, preferiram tentar uma alimentação mais completa. " Nos baseamos em outros estudos sobre alecrim e decidimos testar seus benefícios para ratos induzidos a infarto. Dividimos os ratos infartados em três grupos, sendo que para dois deles servimos ração com a folha do alecrim misturada em duas doses diferentes e para o outro, não. Após três meses realizamos um ecocardiograma e identificamos que os animais que comeram ração com alecrim, de ambas as doses haviam apresentado atenuação nas alterações causadas pelo infarto" , explicou.
Foram utilizados 8 ratos em cada grupo e a pesquisa teve duração de três meses. A autora admite que os resultados abrem perspectivas otimistas de que o estudo possa evoluir para a fase clínica - envolvendo seres humanos - e a eficácia do tratamento possa ser comprovada para o tratamento de pacientes vítimas de infarto do miocárdio.
Na opinião do professor Sérgio Paiva, orientador do trabalho, foi um primeiro passo importante ter constatado que, em ratos, o alecrim ajudou na recuperação do coração infartado, mas ainda serão necessários outros testes experimentais para entender o mecanismo de como o alimento atua no pós-infarto.
" Podemos chegar nos testes em seres humanos em médio ou longo prazo. Antes, precisamos entender como é o mecanismo de ação do alimento na remodelação do coração. Também podemos estudar outros alimentos que, associados ao alecrim, possam potencializar esses efeitos positivos para o coração" , afirmou o docente.
Paiva reforça que o estudo sobre os efeitos do alecrim gerou uma hipótese, mas ainda não é suficiente para que seja recomendado seu consumo. " Ainda é preciso saber, por exemplo, em quais doses, é seguro inserir o alecrim na dieta" , observou.
Assim como acontece com os medicamentos, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão responsável por fiscalizar a utilização de alimentos para fins terapêuticos.
Com informações da Unesp
Fonte isaude.net
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