Fundação Ecarta lança projeto Cultura Doadora nesta quinta-feira, com o objetivo de fomentar ações contínuas em torno do tema na rede de ensino
Uma cartilha sobre como funciona a doação de órgãos e tecidos no Brasil chegará às mãos de cerca de 20 mil educadores filiados ao Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS) a partir desta semana. Encartado no jornal mensal da entidade, o Extraclasse, o material é o primeiro de uma série de investimentos da Fundação Ecarta no projeto Cultura Doadora, que tem por objetivo estimular a abordagem do tema em sala de aula.
A estratégia será lançada oficialmente nesta quinta-feira, às 19h30min, na sede da fundação, em Porto Alegre, contando com a presença de profissionais e autoridades da educação, da saúde, doadores e transplantados. O diretor do Centro de Transplantes da Santa Casa, José Camargo, falará sobre a realidade dos transplantes no Brasil, a professora Naima Marmitt Wadi dará um depoimento como doadora de um rim, e o músico Luciano Leindecker contará sua experiência de autotransplante de medula óssea, além de apresentar um pocket show.
— Esse tema precisa ser tratado desde cedo, quando os valores do indivíduo estão ainda em formação, de modo a formar uma geração que ajude a elevar os índices de doação de órgãos em nosso país — comenta o presidente da Ecarta, Marcos Fuhr.
O objetivo do projeto não é instituir um conteúdo obrigatório, mas fornecer subsídios para a abordagem do tema de forma transversal nas escolas tanto da rede privada como da rede pública. Além do encarte enviado aos sócios do Sinpro-RS, o site da Ecarta (www.fundacaoecarta.org.br) trará informações e prestação de serviço sobre o tema. Um grupo de professores será formado para elaborar material pedagógico aplicável nos diversos níveis educacionais. O ciclo de palestras Conversa de Professor também contemplará a doação de órgãos.
Para o médico José Camargo, além de fomentar essa cultura desde a infância, falar sobre transplantes na escola é um meio eficaz de levar o assunto para dentro de casa.
— Quando a pessoa manifesta seu desejo de ser doador em vida, a família se esforça ao máximo para cumprir esse desejo, mas se esse assunto nunca foi discutido, fica mais difícil ter esse gesto de generosidade na hora da perda — observa Camargo.
Em agosto, o Estado teve 25 doadores efetivos, bem acima dos meses anteriores, que variaram entre 10 e 19 doadores. Atualmente, o Rio Grande do Sul tem 17,3 doadores por milhão de habitantes, sendo o sexto colocado no ranking nacional, que é liderado por Santa Catarina, com 26,9 doadores por milhão de habitante.
Tire suas dúvidas
Como posso ser doador de órgãos?
No Brasil, o transplante só acontece com a autorização de um familiar do doador, que deve autorizar a doação por escrito.
Quem pode ser doador?
Pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou derrame cerebral. O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina e deve ser feito por dois médicos de diferentes áreas, com a comprovação de exames complementares.
É possível doar órgãos em vida?
Sim. Qualquer pessoa saudável pode doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não-parentes, somente com autorização judicial.
Quais órgãos e tecidos podem ser doados?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, rim, córnea, ossos, músculos e pele.
Quem recebe o órgão doado?
Pacientes em lista de espera no Cadastro Nacional de Transplantes, conforme critérios de compatibilidade com o doador e condições do receptor para o transplante.
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde
Por Zero Hora
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