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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Muito além da “distração”

Estudos exploram os processos cognitivos por trás do estado de desatenção.
 
Num minuto estamos concentrados no trabalho e, no minuto seguinte, pensando sobre o restaurante novo que abriu na esquina. A distração é algo comum e frequente. Pode parecer contraproducente – como quando estamos no meio de uma reunião de trabalho ou da explicação de uma matéria nova na escola, por exemplo -, mas novos estudos sugerem que divagar não é necessariamente ruim.
 
Sabe quando a solução para uma questão ou ideia surge enquanto você dirige, lava louça – e não na hora que mais precisava? Benjamin Baird e sua equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, mostraram em um novo estudo, divulgado no periódico Psychological Science, como a distração colabora no processo criativo. Eles comprovaram que quando realizamos uma tarefa menos exigente nos distraímos mais, porém somos mais criativos para solucionar problemas.
 
Já quando é necessário mais da nossa atenção, esta “distração involuntária” pode prejudicar mais do que ajudar. Com base em análises feitas em laboratório e no cotidiano de um grupo de voluntários, os pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, constataram que pessoas com menor capacidade de memória de trabalho (ou de curto prazo) são mais propensas a divagar em tarefas mais exigentes. Estas pessoas também mostraram serem mais propensas a cometer erros.
 
Para Michael J. Kane e Jennifer C. McVay, autores da pesquisa, a propensão ao erro em pessoas com menor capacidade de memória de curto prazo parece surgir em parte de sua vulnerabilidade à distração, mas mais estudos precisam ser realizados para confirmar esta relação e identificar o que estaria por trás disso. Os resultados da pesquisa foram divulgados no periódico Current Directions in Psychological Science.
 
Fonte O que eu tenho

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