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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Doentes terminais x home care

Depois do testamento vital, aprovado pelo CFM, pacientes podem escolher morrer em casa, assim como a Hebe Camargo, que contou com acompanhamento de médicos do Einstein e suporte da Global Care
 
Depois do testamento vital, aprovado pelo CFM, os serviços do home care tornam-se fundamentais. Presidente da Global Care, empresa que cuidou da ex-apresentadora, fala sobre a demanda de mercado.
 
Dar os suspiros finais no conforto do lar já pode ser uma escolha do paciente, assim como o caso da ex-apresentadora de televisão Hebe Camargo, que morreu aos 83 anos em sua residência, na madrugada do dia 29 de setembro. Diagnosticada em janeiro de 2010 com um câncer no peritônio, Hebe preferiu, em seus últimos três meses, receber todo o suporte médico no conforto de casa, sendo supervisionada por seus médicos do Albert Einstein e recebendo suporte da Global Care, empresa especializada em assistência médica domiciliar.
 
Decidir como queremos morrer passou a ser um direito depois da resolução 1.995/12 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece os critérios para que pacientes possam definir junto ao médico quais os limites terapêuticos na fase terminal.
 
“Não é tarefa fácil conversar ou pensar sobre a morte, pois é culturalmente assunto velado entre as pessoas, é tema desconfortável de ser tocado, é para bater na madeira três vezes. Mesmo que você se encoraje a falar, parece que as pessoas não se mostram dispostas a te ouvir. É necessário termos consciência das próprias crenças e valores sobre a representação da morte em nossa vida”, comenta a psicóloga Katya Kitajima, em artigo para o Saúde Web.
 
Para o presidente da Global Care, Euro Palomba, a resolução é correta na teoria, mas não funcionará na prática. “Quem dita a conduta é sempre o médico. Além disso, a cultura latina não tem essa característica de pensar na morte. É complicado para o médico e família saber a hora de fazer a pergunta: será que chegou a hora?”.
 
Apesar de pessimista em relação ao testamento vital, Palomba está entusiasmado ao perceber que o mercado tem demandado cada vez mais pelos serviços de home care. “Hospitais como Sírio-Libanês, Einstein, Samaritano possuem comissões de desospitalização; com equipes que fazem a conscientização do médico”, conta.
 
Atualmente a Global Care fatura cerca de R$ 24 milhões ao ano, projeta crescimento de 10% e investe fortemente em telemedicina. “O paciente, muitas vezes, se sente invadido em sua residência. Com o recurso da telemedicina, essa sensação é diminuída”, explica Palomba.
 
Fonte SaudeWeb

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