Instituto Beckman Circuito biodegradável começa a ser dissolvido na água |
Em vez de passar por duas cirurgias --uma para implantar, outra para retirar o implante--, o paciente passaria apenas pela primeira. O implante deixaria de funcionar no momento programado. E, se fosse deixado para monitorar um derramamento de óleo, o equipamento não precisaria ser recuperado depois que cumprisse sua função. Se colocado em produtos, não poluiria o ambiente como fazem hoje eletrônicos obsoletos descartados (telefones celulares, por exemplo).
"Um objetivo abrangente no desenvolvimento de quase toda classe de produtos eletrônicos é obter operação com alto desempenho em formatos físicos que passam por mudanças desprezíveis com o tempo", escreveram os 22 autores do estudo em edição recente da revista americana "Science".
Ou seja, para durar para sempre. Isso envolve prestar atenção a detalhes de comportamento físico de materiais, padrões dos traçados de circuitos e até a maneira de embrulhar o produto.
A mesma estratégia de desenvolvimento de engenharia pode ser invertida, mas com o objetivo oposto, fazer o aparelho desaparecer na hora desejada.
A equipe foi coordenada por John A. Rogers e Suk-Won Hwang, da Universidade de Illinois (EUA).
Os implantes poderiam liberar medicamentos controladamente, ou aumentar a temperatura local, para facilitar o tratamento de infecções, ou auxiliar o crescimento de tecido ósseo.
Uma seda
Os circuitos eletrônicos foram feitos de materiais como o tradicional silício, mas incluindo óxido de magnésio e mesmo seda.
Testes foram feitos em laboratório e em implantes em camundongos e ratos.
Além de reduzir a infecção no local testado, os implantes já tinham quase desaparecido ao serem checados tempos depois. O ritmo de absorção do eletrônico é, em grande parte, ditado pela seda, que demora mais para se biodegradar.
Dependendo da aplicação, essa "eletrônica transitória" pode durar dias, semanas, meses ou anos.
Apesar de extremamente fino, o equipamento pode incluir transistores, sensores, antenas, células solares e até minúsculas câmaras digitais.
O implante nos roedores envolvia liberar substâncias bactericidas para prevenir infecções no local das cirurgias.
Normalmente, o silício usado em aparelhos eletrônicos demoraria muito tempo para degradar. Mas usados em membranas ultrafinas, como neste estudo, o processo fica bem mais rápido --dias, semanas, meses.
Magnésio e silício são elementos químicos com os quais o corpo humano está acostumado (e até precisa deles em pequenas quantidades). A quantidade de elementos como esses dois nos implantes também está longe de ser tóxica, ficando bem abaixo da sua necessidade pelo organismo.
Fonte Folhaonline
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