Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Portugal: Como podem as grávidas assumir o controlo do parto

Cada caso é um caso. Ainda assim, há formas de preparar o momento único que é o nascimento
 
Alguns são mais rápidos, outros levam horas. Há os naturais e depois aqueles que só a medicina resolve. São todos diferentes, mas as dúvidas, inquietações e inseguranças, essas não há grávida que não as tenha, sobretudo com a aproximação do grande dia. É para as tornar donas do seu parto que a obstetra Marcela Forjaz decidiu escrever Parto Feliz, um livro que, explica ao Destak, tenta levar as grávidas a compreender «que podem manter o controlo sobre a evolução do seu trabalho de parto».
 
«Uma das questões que põem, quando a gravidez vai adiantada, é “e depois? Como vai ser?”. Para responder com verdade não sei como vai ser»,refere.«Mas sei que se for informada e receptiva às opções que se vão desenhando ao longo do trabalho de parto poderá sempre colaborar da melhor forma e sentir que vai na direcção de um parto que lhe deixará uma doce recordação.»
 
Palavras a evitar
Num clima de incertezas e dúvidas, é quase inevitável a partilha de experiências. Mas há palavras a evitar. «Não é preciso pintar tudo de cor-de-rosa, até porque a vida real não é assim», diz Marcela Forjaz. «Porém, termos como horrível, um sofrimento, traumático são de todo a evitar! Primeiro, porque não me parece sequer equilibrado referir-se a um processo do qual resultou um filho como algo horrível; segundo, porque embora haja partos mais difíceis do que outros, também depende da motivação da mãe, das suas expectativas.»
 
Para uma melhor preparação, são cada vez mais as ofertas de quem diz saber tudo. Marcela Forjaz compreende quem as procura, embora muitos dos conceitos já sejam dominados pelos casais». E é a necessidade de «validar cientificamente o que já sabem e assegurar-se de que desempenharão os papéis que lhes estão destinados de forma adequada» que os move. Mas atenção: aconselha-se uma análise das competências e formação de quem dará o curso.»
 
Na hora ‘H’
Nove meses depois, chega finalmente a hora. E o que devem fazer os pais? Assistir ou não? Para a especialista, a companhia do pai é sempre bem-vinda... desde que seja essa a sua vontade. Até porque, «de cada parto vivido a dois sai um casal mais forte». E porque «o pai é agora mais participativo», o facto de estar presente «leva-o muitas vezes a ver a companheira com outros olhos, com mais orgulho, mais respeito e cria um vínculo mais precoce como filho».
 
Outra dúvida na hora ‘H’: e a epidural? Aqui, cabe à grávida a decisão. Até porque «a dor poderá ser intolerável para umas grávidas e suportável para outras». Mas «havendo uma forma de passar o trabalho de parto tranquila, sem dor e descontraída, eu optaria sem dúvida por essa e actualmente é a epidural que melhor se adapta a esta caracterização», diz Marcela Forjaz. Isto tudo sem perder de vista que «o parto é algo descomplicado e natural». É isso que pretende o livro: «passar palavra relativamente ao facto de que o parto pode e deve ser feliz!»
 
Parto em casa?
Partos em casa, sim ou não? Marcela Forjaz não tem dúvidas: não. «Claro que a Natureza actua de forma a que tendencialmente tudo corra bem»,refere. Mas «haverá casos que, sem intervenção, poderão correr bastante mal». E aqueles que trabalham em obstetrícia sabem que as regras e cuidados sugeridos para o parto em casa «poderão ser manifestamente insuficientes. Considero, assim, que a decisão de ter um parto em casa é um risco que nem se devia ponderar». E as estatísticas confirmam a opinião: «em 1960, apenas 18,4% dos partos ocorriam em instituições e tínhamos 77 mortes infantis por mil nascimentos; em 2011 tivemos 99,7% de partos institucionais, com 3,1 mortes por mil nascimentos».
 
Mitos e ideias feitas no parto
 
A fase da Lua está associada ao desencadear do trabalho de parto?
A resposta é negativa e a especialista socorre-se de vários estudos que o confirmam.
 
Ter dores tortas evita as cólicas nos bebés?
«As dores tortas não são uma protecção ao bebé», revela a especialista. Estas dores correspondem a contracções uterinas, que são desejáveis.
 
Tal mãe, tal filha?
A ideia de que a história de partos da mãe se repetirá na grávida também terá pouco fundamento. «Não deixe que a história da mãe a impressione», aconselha Marcela Forjaz.
 
O segundo parto é mais fácil que o primeiro?
Pode não ser absolutamente verdade. Poderá ser mais rápido, mas isso não significa que seja mais fácil.
 
Fonte Destak

Nenhum comentário:

Postar um comentário