Glaucoma |
Em entrevista, ele explicou
que as duas doenças, acompanhadas da degeneração macular, são problemas
relacionados ao envelhecimento da população. O diabetes também aparece como
causa importante da cegueira e pode comprometer a visão na fase adulta, caso não
seja tratado.
Outro aspecto da deficiência visual envolve a catarata
congênita e o glaucoma congênito, principais causas da cegueira na infância. O
problema pode ser diagnosticado por meio de um exame simples, o teste do
olhinho. De acordo com o presidente do conselho, qualquer profissional de saúde
pode dilatar o olho do bebê e avaliar o reflexo da luz no local.
O exame deve ser feito em todos os recém-nascidos antes que o
bebê complete 1 ano. Caso haja alguma suspeita, a criança deve ser encaminhada
ao oftalmologista. “Quanto mais cedo, melhor. Só que o teste não é obrigatório
na rede pública. E toda doença, na criança, tem que ter diagnóstico precoce,
porque o olho e a parte sensorial estão sendo formados”, explicou.
O oftalmologista alertou para os cuidados durante o pré-natal,
uma vez que a cegueira em recém-nascidos está comumente relacionada à doenças
adquiridas durante a gestação, como a rubéola e a toxoplasmose. A dica é cumprir
o calendário de vacinas da gestante e evitar consumir alimentos crus fora de
casa, além do contato com gatos.
Para a representante da Fundação Dorina Nowill, Susi Maluf, a
acessibilidade de quem tem algum tipo de perda de visão melhorou, mas precisa
avançar mais. “No Brasil, antigamente, a cegueira era uma coisa menos percebida.
Não existia preocupação em dar igualdade de oportunidades. Hoje em dia, as
pessoas começam a perceber que existe esse público e a percebê-lo em todos os
sentidos. Afinal, é um público que vai à escola, que é consumidor, que
trabalha.”
“Mas a população não vê que a pessoa com deficiência visual é
capaz de fazer qualquer coisa e ter uma vida independente, como alguém que
enxerga. Ao dar informação para a sociedade, você esclarece, diminui
preconceitos e barreiras e promove a inclusão”, completou.
Antônio dos Reis Costa, 54 anos, perdeu a visão após um quadro
de pressão alta seguido de um aneurisma. “Fui tomar banho e, no banheiro,
desmaiei. Fiz uma cirurgia, mas o sangue coagulou na cabeça e provocou o
aneurisma. No corte, o nervo ótico partiu e, desde esse dia, não vejo nada”,
lembrou.
“Cada dia é uma novidade que você aprende e acrescenta. Mas, a
princípio, não é fácil. O deficiente, quando nasce sem visão, aprende a escrever
em braile com mais facilidade. A gente é mais cabeça dura. Eu, particularmente
leio em braile, mas tenho muita dificuldade em escrever."
Amadeu da Paixão Caldeira, 59 anos, foi diagnosticado com
retinose pigmentaria e desaceleração da retina do nervo ótico quando tinha 3
anos. Na época, a mãe percebeu que havia algum problema ao vê-lo tropeçando
muito nas coisas.
“Como a perda foi progressiva, minha adaptação também foi.
Hoje, ando sozinho, viajo sozinho e perdi o medo da vida. Antes, eu procurava
esconder a cegueira porque que meus olhos são normais. Depois de frequentar a
escola, assumi minha condição e comecei a usar a bengala. Minha vida mudou para
melhor”, disse.
Fonte Agência Brasil
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