Paciente é submetido ao tratamento com ozono durante uma TAC |
Este tratamento pode ser realizado em pacientes com queixas de dor na coluna (com ou sem irradiação ao braço ou à perna), sem melhoria ao longo do tempo, com fraca resposta ao tratamento farmacológico e também naqueles que já foram operados.
Os doentes ficam internados durante um dia, recuperam mais rapidamente e não necessitam de anestesia geral, nem de remover o disco (estrutura flexível, localizada entre os corpos das vértebras, que atua como uma almofada protetora, permitindo os movimentos), como na cirurgia convencional. De acordo com vários estudos publicados, a taxa de sucesso varia entre 75% a 80%. E não impede a cirurgia, caso seja mesmo necessária.
"A técnica é feita sob controlo por imagem. Observo onde está a hérnia, delimito um trajeto e, após anestesia cutânea local, realizo a punção do disco com uma agulha fina. O ozono promove uma "digestão" do núcleo polposo do disco, que reduz de tamanho e/ou retorna à localização original, deixando de exercer pressão sobre as raízes nervosas e o doente deixa de ter dor", diz Pedro Nunnes, especialista em técnicas de intervenção minimamente invasivas na coluna do Hospital da Lapa.
"Repouso absoluto durante 20 horas ": Pedro Nunnes, Neurorradiologista Hospital da Lapa
Correio da Manhã - Este tratamento é para todas as hérnias?
Pedro Nunnes - Só para a doença dos discos intervertebrais. Na grande maioria dos casos, a dor nas costas é secundária a hérnias discais, com maior prevalência nos adultos de meia idade.
- Quais são as vantagens?
- Trata-se de um procedimento sem anestesia geral (aliás o doente deve estar acordado para se ter a certeza de onde passa o nervo comprimido), em que não se extrai o disco e o doente recupera mais depressa. O ozono também tem propriedades anti-inflamatórias e antisséticas (não há um registo mundial de infeção após esta intervenção).
- Como é a recuperação?
- Após o procedimento, o doente fica em repouso absoluto entre 20 a 24 horas. Já em casa mantém o repouso e atividades físicas menos intempestivas. Se não tiver dor, retorna à vida normal.
- É o único neurorradiologista no Norte a usar este procedimento. Quantos doentes já tratou?
- Já tratei algumas dezenas. E há um grupo de pacientes que já foram operados e têm dores. Fizeram este procedimento e os resultados têm sido animadores.
Fonte Correio da Manhã
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