O vírus da dengue pode ter quatro diferentes sorotipos, mas as pesquisas até o momento só identificaram problemas neurológicos nos sorotipos 2 e 3 |
Esses são os sintomas da dengue neurológica que, de acordo com a neurologista Marzia Puccioni-Sohler, da Academia Brasileira de Neurologia, ocorre quando a infecção - tanto da forma clássica da dengue quanto da hemorrágica - atinge o líquido cefalorraquiano e vai para o cérebro ou para a medula.
"A dengue é uma doença infecciosa e, em alguns casos, durante sua fase aguda, o vírus causador da infecção pode atingir o líquido cefalorraquiano e ir para o encéfalo e medula espinhal”, explica a especialista. “No entanto, nem todas as manifestações neurológicas são causadas pela presença do vírus no encéfalo ou na medula. Depois da fase aguda da dengue, podem surgir sintomas pós-infecciosos, por exemplo, a Síndrome de Guillain-Barré (que afeta as raízes dos nervos espinhais)”, acrescenta a neurologista.
As principais formas de manifestação da dengue neurológica são a encefalite (inflamação no cérebro), a meningite (inflamação em membranas chamadas meninges), meningoencefalite, e a síndrome de Guillain-Barrè. Segundo a neurologista, os sintomas dependem da localização da infecção do vírus no encéfalo ou na medula.
"Em geral, as manifestações neurológicas apresentam um bom prognóstico", destaca a médica. Porém, nos casos de meningoencefalite, quando há perda dos movimentos dos membros inferiores por lesão na medula espinhal, não há garantia que o movimento volte totalmente. "É preciso um trabalho de reabilitação, mas podem ficar sequelas".
O vírus da dengue pode ter quatro diferentes sorotipos, mas as pesquisas até o momento só identificaram problemas neurológicos nos sorotipos 2 e 3. De acordo com a especialista, até pouco tempo, os cientistas discordavam sobre a existência da dengue neurológica, e, ainda, "o diagnóstico é baseado no surgimento da manifestação neurológica associada à infecção aguda confirmada pelo vírus da dengue". Por isso, é preciso uma maior divulgação da doença, principalmente entre os médicos clínicos, neurologistas e pediatras, quem mais frequentemente recebem os pacientes para o primeiro atendimento em emergências e serviços de triagem.
Fonte Trixe Comunicação. Press release, 09 de agosto de 2010.
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