A radiação dos raios ultravioletas UVA e UVB favorece o surgimento de uma série de patologias oculares |
Conjuntivites e ceratites, provocadas pela proliferação de vírus e bactérias
na água e em ambientes fechados, quentes e úmidos, estão entre as doenças mais
comuns desta época. A exposição excessiva dos olhos aos raios solares também
pode desencadear o aparecimento precoce de miopias, hipermetropias, cataratas e
glaucomas, explica a oftalmologista Doroteia Matsuura, do Hospital Oftalmológico
de Brasília.
— É imprescindível estar alerta aos fatores de risco ambientais — adverte
Doroteia.
Confira abaixo alguns dos principais fatores de risco para a saúde dos olhos
no verão e que cuidados podem evitá-los.
Sol
A radiação dos raios ultravioletas UVA e UVB favorece o surgimento de uma
série de patologias oculares. Uma das mais comuns é o pterígio. Trata-se de um
tecido fibrovascular (vasos sanguíneos) que cresce da conjuntiva, a parte branca
do olho, em direção à córnea.
A catarata também pode aparecer mais cedo em pessoas que se expõem
excessivamente aos raios solares sem proteção adequada. A doença torna opaco o
cristalino, a "lente" do olho, localizada atrás da íris e que deve estar sempre
transparente, para permitir uma visão clara. Normalmente, a catarata se
manifesta após os 55 anos.
A mácula, região central da retina, sofre lesões irreversíveis com a ação dos
radicais livres gerados a partir dos raios ultravioletas e desenvolve
precocemente a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), um problema
ocular que afeta a visão central e pode levar à cegueira.
Como prevenir
— Não expor-se excessivamente ao sol e usar óculos escuros com proteção
contra raios UVA/UVB podem poupar os olhos desse problema.
— Os óculos devem ser acessório indispensável mesmo que o tempo esteja
nublado, aconselha a oftalmologista Doroteia Matsuura, do Hospital Oftalmológico
de Brasília.
Ceratite
É uma inflamação na córnea, caracterizada pelo surgimento de pontos
ressecados na conjuntiva, que podem tornar a córnea esclerosada e
insensível.
Como prevenir
— Deve-se evitar entrar na água sem a proteção adequada nos olhos, como
óculos de mergulho, e jamais nadar usando lentes de contato.
Piscina
Apesar de receber tratamento, a água da piscina é um veículo perfeito para os
micro-organismos que desencadeiam conjuntivites virais e bacterianas.
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, a membrana que recobre a parte
interna da pálpebra e a esclera, a parte branca do olho. Em geral, os sintomas
são olhos vermelhos, irritação, coceira, pálpebras inchadas e aversão à luz. Na
conjuntivite viral ocorre o lacrimejamento intenso do olho. Na bacteriana, surge
uma secreção amarelada que chega a colar as pálpebras.
Enchentes
Os alagamentos provocados pelas chuvas de verão também podem desencadear
doenças nos olhos. Uma delas é a neurite óptica, inflamação do nervo óptico que
provoca alteração na visão de cores, queda da acuidade visual e dor, e pode
levar à perda parcial ou total da visão. A maioria das pessoas recupera
gradativamente a visão, mas pode ficar como sequela a perda de contraste. A
neurite óptica é provocada pelo vírus da hepatite A, que se dissemina na água
das inundações.
Como prevenir
— Em alagamentos, evite que a pele entre em contato com a água.
Fonte Zero Hora
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