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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Só minoria faz teste para detecção de clamídia, diz estudo

Nas mulheres, a bactéria pode atravessar o colo uterino, atingir
 as trompas e causar a doença inflamatória pélvica
Apenas um terço das mulheres faz como rotina o exame de detecção da clamídia, doença sexualmente transmissível que causa obstrução nas trompas e infertilidade.
 
O alerta é do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) americano que, após estudo, reforçou no mês passado a recomendação do teste para todas as mulheres jovens sexualmente ativas.
 
Na Europa e nos EUA, a incidência da doença, que afeta homens e mulheres, dobrou nos últimos dez anos. O principal motivo são as relações sexuais sem camisinha.
 
O CDC estima que 2,8 milhões estejam infectados nos EUA e não saibam. "No Brasil, a situação não é diferente. No nosso laboratório, aparecem muitos casos. É a doença venérea mais frequente", diz o ginecologista Márcio Coslovsky.
 
O Brasil não tem uma série histórica sobre a incidência da doença porque só o HIV e a sífilis congênita são DSTs de notificação compulsória.
 
Mas um levantamento do Ministério da Saúde mostrou que quase 10% das jovens entre 15 e 24 anos atendidas pelo SUS estavam infectadas.
 
Assintomática em 70% dos casos, a clamídia costuma passar despercebida, segundo Coslovsky. "Não dá cheiro, não dá coceira, não dá corrimento", explica o médico.
 
Normalmente, a pessoa só descobre se o médico pede exames para a detecção. "Mas, para isso, ele precisa lembrar da clamídia, o que normalmente não acontece. Hoje, o médico lembra mais de investigar o HPV", diz o ginecologista Nilson Roberto de Melo, professor da USP e diretor científico da Febrasgo (federação brasileira das associações de ginecologia).
 
Infertilidade
Nas mulheres, a bactéria pode atravessar o colo uterino, atingir as trompas e causar a doença inflamatória pélvica (DIP). O risco é de as trompas ficarem obstruídas, o que impede a gravidez ou leva a uma gravidez tubária.
 
Nesses casos, as mulheres que desejam engravidar são orientadas a fazer uma fertilização in vitro, segundo o médico Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
 
"Quando elas chegam à clínica [de reprodução], já é tarde, o estrago está feito. Não tem como fazer cirurgia [para desobstruir as trompas]."
 
O assunto tem sido discutido nas últimas conferências internacionais sobre reprodução humana e colocado como um problema mundial.
 
Homens
Homens infectados por clamídia também estão sujeitos a inflamações nos epidídimos (epididimite) e nos testículos (orquite), que podem causar infertilidade.
 
"Normalmente, no homem é uma infecção mais leve. O problema é que ele pode infectar a parceira", explica Artur Dzik.
 
A clamídia também pode ser transmitida da mãe para o bebê na hora do parto.
 
Não há vacinas contra a clamídia. A única forma de prevenção é o sexo seguro com o uso de preservativos.
 
O tratamento é feito com antibióticos específicos. Ambos os parceiros precisam receber o tratamento para garantir a cura.
 
 
Editoria de arte/Folhapress
 
Inimigo Silencioso Crescem os casos de clamídia, doença bacteriana sexualmente transmissível ainda pouco conhecida e que causa infertilidade em homens e mulheres
 
Fonte Folhaonline

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