Há evidências crescentes de que obras de autoajuda podem beneficiar quem tem problemas de saúde mental |
Numa iniciativa endossada pelo governo e que tem o apoio de associações médicas, médicos vão encaminhar pacientes a bibliotecas em busca de uma série de títulos de autoajuda voltados a pessoas com problemas de saúde mental entre leves e moderados.
Os pacientes também estão sendo encorajados a buscar o que a revista "The Bookseller" descreve como "romances e livros de poesia edificantes ou inspiradores".
Destacando a capacidade terapêutica da literatura, a organização Reading Agency (que promove a leitura no Reino Unido) citou pesquisas indicando que ler reduz os níveis de estresse em 67%.
A entidade que é parceira do programa "Livros sob Receita", anunciado no início deste mês disse que, de acordo com o "New England Journal of Medicine", a leitura reduz o risco de demência em mais de um terço.
Prescrição médica
A lista dos 30 títulos de autoajuda que estarão disponíveis sob receita a partir de maio inclui obras como "The Feeling Good Handbook" (manual para se sentir bem), "How to Stop Worrying" (como deixar de se preocupar) e "Overcoming Anger and Irritability" (superando a raiva e a irritabilidade).
"Há evidências crescentes de que obras de autoajuda podem beneficiar quem tem problemas de saúde mental", disse Miranda McKearney, diretora da Reading Agency.
Os doentes frequentemente recorrem à internet para buscar orientações às vezes pouco confiáveis sobre sintomas e curas. Agora os médicos poderão emitir uma receita com a qual os pacientes ganharão inscrição imediata em sua biblioteca local e acesso a títulos recomendados.
É a primeira iniciativa de biblioterapia a ganhar apoio oficial de autoridades de saúde e bibliotecas.
Os responsáveis por campanhas de promoção de bibliotecas públicas aplaudiram o programa, mas acham que não está sendo feito o suficiente para proteger as próprias bibliotecas. Duzentas instituições foram fechadas no ano passado, e outras 300 correm o risco de fechar ou de ser entregues aos cuidados de voluntários neste ano.
Enquanto isso, a Reading Agency redigiu uma lista básica de livros inspiradores que promovem o bem-estar do leitor. A lista inclui clássicos conhecidos como "O Jardim Secreto", de Frances Hodgson Burnett, e títulos alegres de autores como Bill Bryson, que escreveu best-sellers de humor.
A iniciativa foi paga pelo Conselho de Artes da Inglaterra, que distribui verbas públicas para projetos de arte. Segundo a Reading Agency, o país gasta US$ 22 bilhões por ano com tratamentos de doenças mentais.
Então pessoas que sofrem depressão ou ataques de pânico serão aconselhadas a lerem? Ou a recomendação não passa de um novo modismo na busca de uma alternativa a medicações de alto custo?
O projeto está pedindo sugestões de livros que aliviam o estresse, que podem ser enviadas pelo Twitter com a "hashtag" #moodboosting.
Fonte Folhaonline
Nenhum comentário:
Postar um comentário