Aumento da produção de espécies reativas de oxigênio nas células de E. coli enfraqueceu mais a bactéria que antibióticos atuais
Cientistas do Wyss Institute for Biologically Inspired Engineering, nos EUA, descobriram uma forma de interferir no metabolismo das bactérias de E. coli, tornando-as mais fracas do que o tratamento antibiótico atual.
"Estamos em necessidade crítica de novas estratégias para impulsionar o nosso arsenal de antibióticos. Com poucos novos antibióticos em desenvolvimento, estamos descobrindo novas formas de aproveitar e explorar certos aspectos da fisiologia bacteriana", afirma o autor sênior Jim Collins.
Collins e seus colegas, utilizando modelos de computador sofisticados e biotecnologia, focaram em uma parte pouco compreendida, mas chave, do metabolismo bacteriano chamado de produção de ROS.
ROS, ou "espécies reativas de oxigênio", incluem moléculas como superóxido e peróxido de hidrogênio, que são subprodutos naturais da atividade metabólica normal. Bactérias normalmente lidam muito bem com elas, mas muitas podem causar sérios danos ou até mesmo matar a célula.
Os mecanismos genéticos precisos pelos quais E. coli produz ROS ainda não são conhecidos, mas a equipe adotou um modelo de computador padrão que mapeia o metabolismo de E. coli.
Os pesquisadores começaram adicionando centenas de reações metabólicas ao modelo que são conhecidas por aumentar a produção de ROS. Em seguida, eles excluíram vários genes para ver quais estavam envolvidos na produção de ROS.
"O próximo desafio era determinar se o aumento da produção de ROS pela própria célula poderia torná-la mais suscetível à morte por ataque oxidativo, ergo e antibiótico", observa Collins.
A equipe excluiu de uma série de genes que levam à maior produção de ROS na célula, adicionou antibióticos diferentes e biocidas tais como lixívia, e as células morreram, a uma taxa muito mais elevada do que as células sem os genes suprimidos. Em suma, por meio da interferência no metabolismo das bactérias, os antibióticos e os biocidas foram ainda mais letais para as células.
Os próximos passos da equipe são o uso de tecnologias de triagem molecular para identificar com precisão as moléculas que impulsionam a produção de ROS, além de testar a abordagem utilizada neste estudo de E. coli em outros tipos de bactérias.
A pesquisa foi relatada na revista Nature Biotechnology.
Fonte isaude.net
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