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terça-feira, 26 de março de 2013

Cirurgia pioneira pode corrigir malformação do bebê

Cirurgia pioneira pode corrigir malformação do bebê Jose Torres/Stock.xchng
Cirurgia intrauterina apresentou-se como uma solução menos
invasiva para a cura da mielomeningocele
Realizado no Brasil, procedimento intrauterino é esperança para curar uma doença de difícil tratamento
 
Um feito inédito no Hospital Samaritano de São Paulo, realizado há pouco mais de três semanas, promete revolucionar o tratamento para uma doença que, embora não seja rara, é de difícil tratamento. A operação de uma criança ainda na barriga da mãe, por meio de câmeras, apresentou-se como uma solução menos invasiva para a cura da mielomeningocele, um defeito congênito na coluna vertebral.
 
Também conhecida como espinha bífida, a doença tem como principal sequela a hidrocefalia (acúmulo de água no cérebro, com efeitos semelhantes aos do mal de Alzheimer). Identificada por meio de um exame com ultrassom morfológico, a mielomeningocele geralmente tem o diagnóstico realizado em dois períodos: no primeiro trimestre da gestação, entre 11 e 13 semanas, e no segundo trimestre, de 20 a 24 semanas.
 
Conduzido pela médica Denise Pedreira, especialista em medicina fetal endoscópica, dois meses antes do nascimento do pequeno Igor Werner, filho de Oladiane Werner, o procedimento foi o primeiro na América Latina. Não há corte, o que torna a recuperação melhor. Antes realizada fora do útero materno, em um procedimento nomeado “a céu aberto”, a cirurgia era alvo de dúvidas e controvérsias no meio médico. Mas um estudo norte-americano realizado há dois anos mostrou que o método por endoscopia traz mais benefícios para o feto.
 
— As crianças que são operadas dentro do útero têm menor risco de hidrocefalia e mais chances de ter um bom desenvolvimento neurológico depois do nascimento — diz a especialista.
 
Segundo a médica, uma vez detectado o problema, a cirurgia deve ocorrer nas 24 semanas (seis meses de gravidez). Neste meio tempo, é necessário fazer exames e acompanhar a saúde da mãe, para avaliar se ela pode ser submetida à operação. Denise alerta:
 
— A mãe precisa saber que há riscos para ela e para o bebê e ter em mente que o seu filho pode ser operado após o nascimento. Ela precisa se informar bem, e levar em conta uma série de critérios.
 
Saiba mais sobre a mielomeningocele
A maior parte (70%) dos casos está associada à deficiência de ácido fólico (presente em alimentos como verduras de folha verde, legumes, frutos secos, grãos integrais). Os outros 30% envolvem fatores genéticos.
 
A médica Denise Pedreira explica ainda que essa deficiência ocorre ou por falta de uma alimentação adequada ou porque há dificuldade de armazenamento da vitamina. A reposição deve ser feita, de preferência, antes e durante a gravidez. – Pacientes obesas e que tomam pílula e param para engravidar devem tomar ácido fólico para repor a deficiência, pois é importante para o fechamento da medula espinhal – explica.
 
No Brasil, a incidência da malformação é de um em cada mil nascidos vivos. Nos EUA, as pacientes podem interromper a gestação.
 
Fonte Blog Meu Filho

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